Bebês que nascem antes das 37 semanas, com baixo peso ou com dificuldades respiratórias, cardíacas e/ou infecciosas geralmente precisam ser monitorados. Na Maternidade da Unimed, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), este acompanhamento é realizado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), que mantém uma série de cuidados especiais para o tratamento e a recuperação dos bebês.
Dentre esses cuidados está a Ofuroterapia, um banho com efeitos terapêuticos para acalmar o bebê; e a ‘Hora do soninho’, momento em que as luzes da Utin são apagadas e o ambiente recebe apenas uma luz azul, que proporciona ao recém-nascido uma atmosfera semelhante à intrauterina, ajudando na percepção neurossensorial, na estabilização e no desenvolvimento no bebê.
Outra prática realizada na unidade é o Método Canguru, voltado para o cuidado humanizado e com estratégias de intervenção biopsicossocial, em que há estímulo à presença dos pais, que são orientados a tocar o filho e a realizar a posição canguru (manter o recém-nascido em contato pele a pele, na posição vertical, junto ao peito).
Segundo a pediatra e coordenadora da Linha Assistencial Materno-Infantil da Unimed Sul Capixaba, Grazielle Grillo, o método estimula o aleitamento materno, o cuidado individualizado dos recém-nascidos, a redução do tempo de hospitalização, o ganho de peso mais rápido e o impulso sensorial do recém-nascido. A médica acrescenta que a Maternidade ainda conta com um enfermeiro obstetra por 24 horas, obstetra e uma equipe multidisciplinar, com fonoaudióloga, assistente social e psicóloga, sala de parto humanizado, além de berçaristas preparadas e treinadas para o Método Canguru.
“Quando os bebês saem da Utin com um peso acima de 1,7 kg, temos um quarto preparado, que chamamos de Unidade Canguru, onde os pais podem ficar com eles por 24 horas sob supervisão da equipe antes de irem para casa. Lá, eles são treinados para a amamentação, para o banho do bebê e para a medicação. Isso facilita a melhora desse bebê e dá mais segurança para a família”, completa.
A nutricionista Louise Piteres de Amarins, 31 anos, utilizou os serviços da Utin quando o seu filho Lorenzo, hoje com um ano, precisou ficar 11 dias na unidade, devido a complicações no nascimento, quando teve falta de oxigenação e um diagnóstico de anoxia grave. Ela conta que a internação, em meio às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, foi o momento mais difícil, uma vez que a visita era de 30 minutos e apenas para uma pessoa. “Recebíamos uma ligação toda tarde com o boletim médico, o que nos dava mais conforto em meio a distância que tínhamos”, afirma.
Depois que foi extubado e iniciou a amamentação, Lorenzo pode receber visitas de três horas. Hoje, ele mantém um quadro estável e continua em acompanhamento com cardiopediatra e neuropediatra. “Lorenzo é nosso milagre. Recebemos muito amor e orações e tivemos profissionais exemplares que cuidaram dele. Sentíamos o amor e o cuidado com ele e conosco a cada ida à maternidade. Apesar de todo medo e restrições, tínhamos certeza de que ele estava nas melhores mãos; de pessoas carinhosas, que amam o que fazem, e de profissionais muito capacitados e abençoados, o que nos passou muita segurança”, disse.