A bancária Cristina Casal de Xerez, de 46 anos, estava apenas dependendo de uma consulta médica para definir a realização de um procedimento quando o avanço da Covid-19 levou à suspensão das cirurgias eletivas. Com o exame na mão e o medo de se expor ao vírus, Cristina viu na consulta à distância a opção para tirar suas dúvidas com o urologista que a acompanha há 4 anos no Hospital São Vicente de Paulo, do Rio de Janeiro (RJ), desde que descobriu e tratou um câncer. “Eu optei pelo teleatendimento por conta da pandemia. Além disso, a consulta remota me garante mais conforto e praticidade: eu moro na Ilha do Governador e é bem mais fácil interromper o trabalho para fazer uma consulta online do que pegar o carro, pegar a Linha Vermelha e atravessar 20 km até a Tijuca”, relata.
Cristina faz parte de um público que vem preferindo esse tipo de atendimento desde o início da pandemia da Covid-19. Em todo o mundo, as teleconsultas tiveram um aumento de 15% para 19% de 2019 até o início de 2020 e, em abril do ano passado, cresceram 28%, de acordo com dados da pesquisa Perspectivas Globais do Setor de Saúde 2021, da consultoria Delloitte. O levantamento aponta ainda que, dentre esses usuários, 80% manifestaram intenção de realizar outras consultas na modalidade virtual.
O comportamento de Cristina está de acordo com a tendência mundial. “Meus médicos de confiança, de diferentes especialidades são do HSVP. Já estou agendando uma nova consulta, desta vez, com a minha endocrinologista e não descarto marcar outras, conforme a necessidade”, adianta ela. Esse modelo de atendimento escolhido por Cristina facilitou o acesso de pacientes a seus médicos. No HSVP, por exemplo, foi registrado um aumento de mais de 300% de janeiro a junho deste ano, em comparação ao segundo semestre do ano anterior.
“O conforto e a praticidade são os principais benefícios de quem opta por esta modalidade de atendimento. Os clientes podem acessar de qualquer ponto da cidade, de outras cidades, até mesmo de outro país”, pontua Adriana Pinheiro, coordenadora do Centro Médico e das Unidades de Internação do hospital. Ela destaca que as teleconsultas podem ser usadas por pacientes que já são clientes, para tirar dúvidas, renovar receitas, solicitar exames ou apresentar resultados. No entanto, em alguns casos, o médico pode recomendar ao paciente que compareça a uma consulta presencial. “A ida do paciente a uma consulta tradicional deve ocorrer caso ele necessite de atendimento de emergência/urgência ou se for necessária a realização de um exame clínico”, esclarece Adriana.
A coordenadora explica que o médico que faz o atendimento à distância tem acesso ao prontuário do paciente, com todas as informações referentes a exames realizados e medicamentos prescritos em consultas anteriores. Novos pedidos de exames e prescrição de medicamentos são feitos a partir de um documento em PDF, assinado digitalmente pelo médico responsável, e que poderá ser salvo ou impresso pelo paciente. Atualmente, as consultas remotas estão sendo oferecidas nas seguintes especialidades: cardiologia, arritmia, clínica médica, endocrinologia, urologia, neurocirurgia, cirurgia plástica, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia geral, otorrinolaringologia, dermatologia e clínica da dor.