O envelhecimento se apresenta como um tema bastante atual, considerando que a população mundial alcança cada vez mais a longevidade inédita na história. Atualmente, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) cerca de 29 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais. Vinculada ao aumenta da longevidade a maior probabilidade de acometimento da população pelas doenças crônicas não transmissíveis, como exemplo, a doença renal crônica.
A Doença Renal Crônica (DRC) é uma epidemia silenciosa e atinge 1 em cada 10 pessoas em todo o mundo. Esse percentual pode variar de 30% a 50% em pessoas com mais de 65 anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Na Fundação Pró-Rim, referência nacional em tratamento e transplante de rins, dos 701 pacientes renais crônicos atendidos em suas unidades, cerca de 40% são pacientes entre 60 a 90 anos.
O nefrologista e presidente da Pró-Rim, Dr. Marcos Vieira, alerta que envelhecer é um processo natural, porém algumas condições favorecem o comprometimento dos rins. “Os principais problemas que atingem a saúde dos rins nos idosos são o descontrole da diabetes, a obesidade e a hipertensão arterial. Essas doenças levam à perda progressiva e irreversível das funções renais. Mas, também é preciso dizer que o rim envelhece, assim como nós. Por isso o acompanhamento médico regular em pessoas acima de 60 anos é fundamental”, explica o médico.
Segundo Dr. Marcos, ao envelhecer a pessoa está mais propensa a desenvolver alguma doença renal, que pode evoluir para a Insuficiência Renal Crônica (IRC), ou seja, a parada no funcionamento dos rins e a necessidade da terapia renal substitutiva. Atitudes simples como controlar o consumo de sal e açúcar, não fumar, praticar atividades físicas e realizar periodicamente exames de urina, glicemia e de creatinina podem prevenir essas doenças ou ainda mantê-las sob controle, para evitar que levem também a lesão nos rins.
Diagnóstico
Para detectar a doença renal crônica, o especialista recomenda realizar periodicamente exames de sangue e de urina, e medir a pressão arterial, em especial entre a população de risco, como diabéticos, hipertensos, maiores de 65 anos, aqueles que tenham tido algum episódio cardiovascular, familiares de pacientes que sofrem dos rins, fumantes e pessoas sedentárias. “Existem muitas possibilidades terapêuticas em pacientes com idade avançada, porém, é de extrema importância o diagnóstico precoce e medidas de prevenção para evitar o avanço da doença”, explica.
Tratando a insuficiência renal
Diante do diagnóstico da insuficiência renal, o paciente será encaminhado para a terapia renal substitutiva, podendo ser indicada a hemodiálise, a diálise peritoneal e o transplante renal. O tratamento mais adequado vai depender do quadro de saúde do paciente, além de outros aspectos sociais e psicológicos.
Como ter rins saudáveis na Terceira Idade:
- Beba água diariamente,
- Mantenha o peso saudável;
- Controle o diabetes;
- Acompanhe a pressão arterial;
- Evite o excesso de sal na alimentação;
- Tenha uma alimentação equilibrada;
- Pratique regularmente exercícios físicos;
- Preste atenção na cor e aspecto da sua urina;
- Não use medicamentos sem orientação médica;
- Não fume;
- Faça exames preventivos: urina e creatinina;
- Consultar seu médico regularmente.