O homem é um ser social, mas ao adoecer, uma das principais atitudes que ele toma é recolher-se. Lógico que em alguns momentos este tipo de ação é fundamental para o bem estar psicossocial, mas, neste caso, isso acontece pelo indivíduo ficar em um quadro mais sensível e fragilizado.
Neste momento, certamente é quando é necessário ainda mais cuidado e atenção; entretanto, o que as pesquisas realizadas entre os séculos XX e XXI têm provado é que este cuidado não depende, exclusivamente, de uma porção de remédios, curativos e medicamentos.
Um desses estudos – possivelmente o mais longo sobre a vida adulta – foi feito pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Nele, investigaram há mais de 75 anos, o que nos mantêm saudáveis e felizes enquanto passamos pela vida e, a conclusão mais evidente foi que ‘ter bons relacionamentos nos mantêm mais felizes e saudáveis’.
Quando uma pessoa fica doente, ela rapidamente vai até o hospital mais próximo e, a partir desse primeiro contato, ficam disponíveis para ela as melhores equipes, tecnologias e instrumentos do local. Mas agora, outra ‘ferramenta’ que os hospitais, centros clínicos, convênios médicos e o próprio setor investe é em trazer um atendimento mais humanizado ao paciente.
O atendimento humanizado é um tipo de atendimento em que há mais proximidade e uma construção mais firme de confiança entre os especialistas da saúde e o paciente. Nele, é comum que esses profissionais estejam mais abertos a ouvir, aconselhar, informar e respeitar opiniões do paciente. É um cuidado regado a empatia, atenção e acolhimento integral.
Este tipo de procedimento também amplia a eficiência do tratamento e pode contribuir no processo de cura e reabilitação do paciente; além disso, possibilita uma chance maior de responder mais rápido aos procedimentos clínicos.
Entre os principais pontos de um atendimento humanizado estão: tratar cada paciente de forma individualizada, ter empatia, entender o sofrimento do paciente, transmitir confiança e apoio ao paciente e sua família, esclarecer cada procedimento e conduta aplicada, cumprimentar e chamar o indivíduo pelo nome, levar informações periódicas ao paciente e para a família, atentar-se ao estado emocional dos envolvidos no quadro; ou seja, é um atendimento muito mais sensível e próximo.
Mesmo que todos os modelos de atendimento, seja no setor público ou privado, em hospitais, clínicas, postos de saúde ou laboratórios, já estejam valorizando isso, o home care ainda é o mais avançado, devido à facilidade de direcionar e personalizar o atendimento ao cliente.
Com o atendimento e o cuidado em casa, o especialista fica em contato direto com o quadro clínico de saúde do paciente e vai além, chegando às características psicossociais. Sem contar que neste modelo, o paciente já conta com um apoio maior de uma equipe multidisciplinar preparada para atendê-lo, e fica em contato direto com amigos e familiares.
Além disso, o paciente fica mais longe de possíveis contaminações hospitalares, recebe orientações mais precisas do seu quadro, que melhora no entendimento da sua evolução, tratamento e recuperação. Ele também recebe boletins diários e fica em contato com uma infraestrutura completa, seja de telemonitoramento ou não.
Tudo isso ainda contribui para uma forte tendência no setor da saúde, que deve unir cada vez mais a eficiência em atendimentos e a satisfação de pacientes. Os convênios deverão investir em home care com o objetivo de entregar um cuidado mais qualitativo do paciente e permitir a desospitalização, reduzindo superlotação e filas de espera. Já o atendimento humanizado, passará a ser notado mais ainda no setor, para garantir que os direitos dos pacientes sejam assegurados e que eles se sintam cada vez mais queridos, principalmente no momento em que eles precisam de mais apoio e cuidado.
João Paulo Silveira é CEO e fundador da Domicile Home Care, assistência médica em domicílio e é membro do Conselho Fiscal Efetivo da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP). Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pelo Hospital das Clínicas Da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), já trabalhou em locais como o Grupo Hospitalar SOBAM/Hospital Pitangueiras com assistência domiciliar e, antes disso, como fisioterapeuta da UTI Geral do Hospital São Camilo. Além disso, possui curso de liderança 360 na Faculdade Getúlio Vargas (FGV), MBA em administração hospitalar e sistemas de saúde pela Fundação Getúlio Vargas