Depois de 10 meses lutando pelos direitos das clínicas de diálise devido aos custos adicionais decorrentes da pandemia, a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) comemora a liberação de R$ 109.572.040 por parte do Ministério da Saúde. A verba será direcionada aos 800 estabelecimentos que prestam serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS) para custear as despesas extras necessárias no combate ao Covid-19, considerando as particularidades do cuidado com os pacientes renais crônicos.
O auxílio financeiro foi oficializado por meio da Portaria GM/MS Nº 3.822, publicada no dia 29 de dezembro de 2020, como resposta à solicitação formal feita pela ABCDT à Pasta no último mês de setembro. Desde março do ano passado, a Associação buscou incansavelmente diálogo com o poder público, uma vez que as clínicas de diálise tiveram seu aumento de gastos de 20% a 25% mensais durante a pandemia. Com a liberação, está garantida a continuidade do tratamento da Terapia Renal Substitutiva (TRS) aos mais de 130 mil brasileiros com Doença Renal Crônica (DRC), que dependem do tratamento de para sobreviver, reduzindo o risco de novas contaminações.
“Esse recurso servirá para cobrir os custos adicionais dos tratamentos a pacientes eventualmente com Covid-19 e que demandam protocolo e uma série de cuidados para evitar contaminação”, esclarece o presidente da ABCDT, Marcos Alexandre Vieira. Ele explica que os procedimentos visam propiciar o adequado tratamento à população dialítica, já considerada de alto risco e constituída em grande parte por pacientes diabéticos e com outras comorbidades que precisam manter seu tratamento de forma crônica em todo o país.
Vieira ressalta ainda que a ABCDT, em parceria com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a Federação Pacientes Renais e Transplantados do Brasil (FENAPAR) e a Aliança Brasileira de Apoio à Saúde Renal (Abrasrenal), trabalhou de forma integrada com as equipes da deputada federal Carmen Zanotto, dos deputados Dr. Luizinho, Pedro Westphalen e Frederico Escaleira para mobilizar o Ministério da Saúde e, por esse motivo, agradece a articulação de tais parlamentares. “Diante do quadro da pandemia, pudemos contar mais uma vez com o apoio da Câmara dos Deputados, sempre parceira e atuante, para uma atenção especial ao setor”, afirma Vieira. O presidente da ABCDT completa que essa medida minimiza, de certa forma, a grave e histórica crise financeira do setor: “Vamos sempre lutar pelos direitos das clínicas de diálise e, mais do que isso, pelos direitos dos pacientes renais”.
Pacientes com Covid-19
Entre as medidas que precisam ser adotadas nos casos de pacientes renais crônicos suspeitos e positivos ao Covid-19, estão a aquisição de equipamentos de proteção individual, a criação de local próprio de isolamento para a Covid-19 nas unidades de diálise, a abolição do reuso nos casos de pacientes infectados confirmados. Estão sendo consideradas a contratação emergencial de pessoal qualificado para atender esses pacientes, viabilizando a criação de turnos extras para realizar hemodiálise nos infectados, além do pagamento de hora extra para funcionários que poderão vir a cobrir o turno de outros funcionários afastados por contraírem a Covid-19.