Acreditação e qualidade no centro do debate da saúde

Foto: Fernanda Souza

Não há como tratar de qualidade em saúde sem falar de segurança do paciente. Para detalhar o que tem sido feito no país para melhorar processos e indicadores, o Seminário de Gestão levou a Porto Alegre (RS) representantes de entidades que certificam serviços a partir desse parâmetro, como Organização Nacional de Acreditação (ONA).

O evento – organizado pelo SINDIHOSPA, Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços da Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul) e Associação dos Hospitais do Estado (AHRGS) – foi realizado na sexta-feira (15). Foi a terceira edição de 2018, dando sequência aos debates sobre o tema iniciados em maio.

No primeiro painel da tarde, o médico Fábio Gastal, vice-presidente da ONA, resgatou a história da acreditação no país, contextualizando o momento atual – com dificuldades, conquistas e desafios. Segundo ele, é recorrente ouvir que a acreditação no país fracassou, o que é considerado uma falácia. “Mesmo sem estímulos se avança em média 15% ao ano sem nenhum apoio de fonte pagadora ou governo”, diz.

É preciso uma convergência técnica e política para que se avance em um modelo abrangente e “verdadeiramente nacional” de acreditação, defende Gastal. Para isso, é preciso trabalhar por consensos para derrubar barreiras como o fee for service, que classifica como “perverso”. “Continuamos incentivando a não qualidade com uma saúde suplementar que perde de 25% a 30% com desperdícios e procedimentos que não têm a mínima utilidade para o sistema de saúde”, critica.

A Agência Nacional de Saúde (ANS) também participou do debate. Diretores de desenvolvimento setorial da instituição, Rodrigo Rodrigues e Daniel Pereira apresentaram o fator de qualidade do programa Qualiss para prestadores de serviços. Esse é um dos eixos da agenda regulatória da ANS para ampliar o poder de avaliação e de escolha por parte dos beneficiários de planos de saúde e pela sociedade em geral.

No final da apresentação, Rodrigo deixou duas mensagens que sintetizam os desafios para que as organizações e os governos avancem na formalização de referenciais que ajudem na evolução de todo o setor. “Todo sistema é perfeitamente desenhado para atingir os resultados que atinge” e “Os sistemas se formatam a partir dos incentivos que recebem”. “Com todo o trabalho que tem sido feito e com integração”, completou, “vamos convergir para os melhores resultados”.

Para completar a programação, Iomani Englemann, fundador da Pixeon, falou da certificação HIMSS e o superintendente técnico da ONA, Péricles Góes, apresentou o novo manual de acreditação da instituição. Além disso, dois cases foram apresentados: a certificação canadense por Rubens Covello (IQG) e o impacto assistencial de acreditação em instituição de pequeno porte, por Cristiane Antoniolli (Hospital São Peregrino Lazziozi, de Veranópolis/RS).

Redação

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