Agilidade para iniciar tratamento e reabilitação é crucial no pós-AVC

O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é a maior causa de morte no Brasil, de acordo com a Rede Brasil AVC. Ainda conforme a entidade, 56.320 pessoas morreram no país após ter um AVC no primeiro semestre deste ano. Esse número é superior aos falecimentos por infarto ou Covid-19. Com o objetivo de chamar atenção para a importância do rápido atendimento, a Rede Brasil AVC lançou a campanha “A Vida Conta – Cada minuto faz diferença” para marcar o Dia Mundial do AVC, celebrado no dia 29 de outubro. A agilidade é determinante no tratamento, mas também tem impacto significativo na reabilitação no pós-AVC, já que quanto antes iniciar esse procedimento, maior a chance de reduzir as sequelas e dependência do paciente, além de melhorar sua qualidade de vida.

De acordo com o estudo Copenhagen Stroke Study, 95% dos ganhos de recuperação ocorrem nos primeiros três meses após o evento. Por isso, recomenda-se que pacientes que perderam a independência para atividades básicas, como comer ou tomar banho, iniciem a reabilitação intensiva entre quatro e sete dias após o evento. “Quando focamos energia na reabilitação em estimular cognição ou reduzir déficit de estrutura e função, podemos ter um melhor desfecho a longo prazo”, pontua Flaviane Ribeiro, fisioterapeuta e coordenadora de Reabilitação da Clínica Florence, lembrando que quando o paciente apresenta déficits importantes, essa reabilitação pode ser feita com o internamento em unidades especializadas de transição de cuidados/reabilitação.

Após sofrer um AVC, a personal trainer Marcelli Maia, 30 anos, teve síndrome de encarceramento, perdendo a capacidade para movimentar-se, falar ou exibir expressões faciais, precisando fazer reabilitação intensiva na Clínica Florence por cerca de cinco meses após deixar a UTI. “Eu não mexia nada, não conseguia me comunicar ou me alimentar por via oral. Hoje já recuperei cerca de 80% dos meus movimentos e a sensação é de dever cumprido, porque tive muita dedicação, coragem e perseverança”, comemora Marcelli, que continua em reabilitação e sonha em voltar a trabalhar com personal trainer para ajudar outras pessoas que passem por experiência semelhante a dela.

Para Ceres Dias, a reabilitação intensiva é decisiva na recuperação do marido, o maratonista Manoel Alberto Dias, 59, que ficou paralisado após o AVC, mas que conseguiu sair da Florence já trotando. Ele foi assistido por um time interdisciplinar, que contava com fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, realizando até 15 horas semanais de reabilitação intensiva. “Ele trotava nos corredores da clínica. Outro dia, andamos 6 km na praia. É uma evolução muito grande. Um milagre!”, afirma Ceres, contando que o marido costumava participar de provas de longas distâncias, como Ironman e Ultraman, o que também contribuiu para a recuperação. “O corpo dele já estava acostumado a vencer obstáculos, então isso ajudou, mas a gente sabe a importância de ter iniciado a reabilitação logo após o AVC, já que os estímulos são essenciais na recuperação dele”.

Os principais sintomas do AVC são dor de cabeça muito forte e súbita, fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, paralisia, perda repentina da fala ou dificuldade em se comunicar e perda da visão, de acordo com o Ministério da Saúde. Em caso de suspeita, é recomendado procurar o serviço de urgência imediatamente para uma avaliação médica.

Redação

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