O Dia do Nutricionista é comemorado em 31 de agosto. Este especialista é responsável por planejar programas de alimentação e dietas específicas com o objetivo de promover o bem-estar, melhorar a qualidade de vida e a saúde dos pacientes.
Uma das possíveis atuações do nutricionista é integrar equipes multidisciplinares no atendimento de pacientes oncológicos. Uma alimentação saudável e equilibrada em termos de vitaminas, minerais, proteínas e calorias é fundamental para o bom andamento do tratamento e para o restabelecimento do paciente com neoplasias. Segundo estudo do Fundo Mundial de Pesquisa sobre o Câncer, publicado em 2018, a previsão é um aumento de 58% nos casos de câncer em todo o mundo até 2035, o que corresponde a 24 milhões de diagnósticos.
Os principais vilões estão relacionados ao estilo de vida, incluindo a má alimentação. A nutrição inadequada é responsável por até 20% dos casos de câncer nos países em desenvolvimento, como o Brasil, sendo a segunda maior causa de cânceres que poderiam ser evitados. Alguns estudos observaram relação positiva entre o consumo de alimentos, frutas, vegetais, peixes e fibras, com a redução do risco de desenvolvimento de câncer. Cada um destes alimentos tem um componente responsável por esse efeito protetor, como, por exemplo, o licopeno (tomate), o ácido ascórbico (vitamina C – em frutas cítricas), o carotenoide (vegetais), os flavonoides (soja) e o reverastrol (casca da uva). Eles têm efeitos antitumorais e antioxidantes.
Segundo Verônica Pessoa, nutricionista do CON – Oncologia, Hematologia e Centro de Infusão, de um modo geral, deve-se evitar o consumo excessivo de carnes vermelhas e processadas, como embutidos (salsicha, mortadela, presunto etc.), pois estas têm sido relacionadas negativamente com o desenvolvimento de alguns tipos de câncer. Também, é indicado evitar gorduras, frituras e doces e excesso.
Além disso, muitas vezes, em decorrência do tratamento, o paciente pode apresentar falta de apetite e dificuldade na absorção de nutrientes. “Quando o paciente fica inapetente, indicamos que coma frutas e alimentos de sua preferência com o intuito de estimular o apetite. A falta de apetite pode gerar perda de peso e esse quadro deve ser evitado, porque interfere no prognóstico”, explica a nutricionista.
A doença também pode dificultar a absorção de nutrientes, como no caso de tumores de estômago, intestino e pâncreas. “Nesses casos, há uma necessidade de aumento da oferta de nutrientes, seja pela alimentação ou por medicação”, afirma Verônica. “Em relação ao paladar, se o tumor não for da cavidade oral, a quimioterapia por si já causa alterações. Quanto a isso, temos orientações nutricionais específicas para minimizar esse efeito”, completa.
Em relação aos efeitos colaterais que podem ocorrer ao longo dos tratamentos, como diarreia, mucosite, náuseas, entre outros, o nutricionista oncológico pode oferecer orientações nutricionais para cada quadro, a fim de minimizar suas complicações.