Alzheimer: a primeira luta é contra o estigma e a desinformação

Estamos vivendo mais. Bom por um lado, mas isso também pode trazer uma abrangência média maior de problemas de saúde, como é o caso das doenças degenerativas. Por exemplo, em relação ao Alzheimer e às demências, dados da Organização Mundial da Saúde dão conta de cerca de 55 milhões de pessoas que sofrem dessas doenças no mundo, a maioria idosa. Mas será que episódios de esquecimento ou confusão mental são realmente sintomas de demência? E qual é a relação entre a demência e a doença de Alzheimer?

É importante entender as diferenças e as relações entre sintomas, a demência e o Alzheimer. A médica neurologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília (DF), Dra. Ingrid Faber, explica que “a demência é uma condição neurológica onde a perda das capacidades cognitivas, ou seja, dificuldades para se lembrar de eventos passados, a perda de memória, dificuldades para se localizar em ambientes e para compreender questões visuais, como, por exemplo, identificar objetos mais complexos, conseguir dirigir um automóvel, localizar-se em ambientes que não sejam tão familiares, perda das capacidades viso-espaciais, dificuldades para falar e de compreensão da linguagem, alterações no comportamento ou mudanças no modo de ser, sintomas psiquiátricos que ocorrem tardiamente, todos esses são potenciais sintomas da condição clínica neurológica que é a demência”.

A especialista explica que os sintomas, inicialmente, poderão ser apenas um ou dois desses listados, mas a demência pode ter causas diferentes e a investigação neurológica é importante justamente por isso.

Segundo a médica, a causa mais frequente de demência é a doença de Alzheimer, que é neurodegenerativa, com perda progressiva de neurônios, levando à dificuldade de executar tarefas cotidianas. Mas a neurologista alerta que existem ainda outras causas de demência degenerativa como a por corpos de Lewy nas células nervosas, a demência fronto-temporal e ainda a demência vascular, que pode ser causada por inúmeros acidentes vasculares cerebrais. Há demências que podem ser reversíveis, como a provocada por sífilis ou por déficits de vitaminas, como a vitamina B12. Quadros metabólicos como o hipotireoidismo muito acentuado também podem provocar demência, mas se enquadram nas situações reversíveis.

O reconhecimento dos sinais e sintomas da demência são fundamentais para que se verifique se é um quadro de Alzheimer ou se é um outro tipo de demência, porque os tratamentos são distintos para cada caso. Há vários tratamentos que buscam aliviar os sintomas e trazer melhor qualidade de vida para os pacientes.

Estímulos cerebrais, como a prática de exercícios físicos e mentais, investir em uma vida social ativa e aprender novas atividades e hobbies podem ser de grande ajuda para um envelhecimento saudável, reduzindo os riscos de doenças degenerativas ou desacelerando o avanço dos sintomas. Prevenção, diagnóstico precoce e oferta de cuidado são fundamentais.

Redação

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