Artigo – Abril Azul: compreendendo e apoiando pessoas com Transtorno do Espectro Autista

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento de uma pessoa. Embora ele possa ser diagnosticado em qualquer idade, geralmente é identificado na infância, por volta dos dois ou três anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que uma em cada 160 crianças em todo o mundo tenha o transtorno.

Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas, geralmente, incluem dificuldade em fazer contato visual, problemas de linguagem e comunicação, comportamento repetitivo e interesses restritos. É importante ressaltar que o autismo é uma condição altamente individualizada, o que significa que cada pessoa que o tem pode apresentar uma combinação única de sintomas e habilidades.

Por exemplo, tem aqueles que têm uma rotina extremamente rígida e, quando mudam essas rotinas, a pessoa entra em sofrimento, o que afeta na comunicação e interação social. Além disso, alguns indivíduos com autismo têm habilidades incríveis em áreas como matemática, música ou arte, enquanto outros podem precisar de suporte em tarefas cotidianas. Infelizmente, o estigma e a desinformação em torno do transtorno ainda são muito comuns. Muitas vezes, as pessoas com a condição são mal compreendidas e estereotipadas como isoladas e incapazes de se comunicar ou de interagir com os outros.

Hoje, nós trabalhamos o autismo como um conceito de deficiência e precisamos entender mais o transtorno para facilitar a adequação para todos os processos de inclusão e todos os processos legais que uma pessoa com deficiência tem direito. Então, para que as pessoas tenham seus direitos assegurados é preciso que toda a comunidade tenha um entendimento e tenha a curiosidade de ir atrás de ter as informações necessárias para conviver em harmonia com as pessoas que possuem uma necessidade de atenção maior.

Costumo dizer que o primeiro passo é o diagnóstico e, a partir dele, vou trabalhar metas terapêuticas únicas, em cima de sintomas, mas, principalmente, trabalhar questões de estímulo, de integração e como essa pessoa sente o mundo. Com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, muitas pessoas com autismo podem aprender a se comunicar melhor, desenvolver habilidades sociais e comportamentais e levar uma vida plena e produtiva.

Reafirmo que é importante a sociedade continuar se educando e se informando sobre o autismo e se esforce para criar um ambiente inclusivo e acolhedor para as pessoas com o transtorno. Com a conscientização e o apoio adequados, podemos ajudar as pessoas com a condição a alcançar todo o seu potencial e a se tornarem membros valiosos e produtivos de nossa sociedade.

 

 

Pedro Leopoldo de Araújo Ortiz é graduado em medicina pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Residência em Psiquiatria Clínica pela Unidade de Psiquiatria do Hospital de Base do Distrito Federal, credenciado oficialmente na Comissão Nacional de Residência Médica CNRM SESS/MEC. Atua como Parecerista do Hospital Anchieta – Taguatinga, do grupo Kora Saúde

Redação

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