Desde o dia 26 de fevereiro, com a ocorrência do primeiro caso do Covid-19 no Brasil, os entes governamentais, especialistas, cientistas, instituições públicas e privadas, laboratórios e a imprensa nacional começaram a acompanhar os números de casos positivos, óbitos, localidades de contágio, entre outras informações pertinentes em relação ao Coronavírus.
Para entendermos melhor a importância desse trabalho, temos que revisitar a história internacional em relação ao tema. Esse tipo de procedimento começou a ser elaborado a partir do Século XVII, com o Inglês John Graunt. Em 1662, ele publicou um livro que relatava estudos e análises das mortalidades por causas. A primeira classificação internacional de doenças foi criada por Jacques Bertillon, em 1893. A Organização Mundial da Saúde (OMS), na década de 1940, oficializou essa classificação e padronizou esses estudos estatísticos em âmbito internacional.
Nesse contexto, o Brasil é integrante da OMS e deve seguir os protocolos propostos para a criação de métodos para coleta, análise e disseminação de dados. Esses métodos e estudos são pautados por uma Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, a chamada CID. Para cada tipo de doença, temos uma CID. A partir dessa classificação é possível qualquer país, estado ou município criar métodos de coleta e análise desses dados, transformá-los em informações e posteriormente em conhecimento – visando contribuir para a saúde pública.
Passados quase quatro meses da pandemia no Brasil, os entes municipais, estaduais e o Governo Federal já criaram uma metodologia que no decorrer do tempo está sendo consolidada, surgindo assim uma série histórica de números, gráficos e análises. Essas informações são divulgadas para que sejam aplicadas na elaboração de planejamentos não apenas na área da saúde pública, mas vinculadas a ampliação ou não do isolamento social, abertura ou fechamento do comércio e serviços, ações de planejamento de transporte urbano, assistência social e controle social, entre outras aplicações.
Já em âmbito internacional, os países fronteiriços ou não com o Brasil necessitam das informações para possíveis tomadas de decisão, principalmente relacionadas a abertura das fronteiras, para calcular a capacidade do fluxo de entrada e saída de pessoas e mercadorias do país, chegada e partida de navios ou qualquer outra ação ligada as relações internacionais. Efetuar qualquer tipo de mudança na metodologia atual significará o surgimento de dúvidas, descrenças, inseguranças e um maior isolamento nas relações e do comércio internacional.
Em um momento que temos uma volatilidade tão acentuada, a transparência e responsabilidade com os dados são dimensão obrigatórias – e que devem ser seguidas de forma rigorosa. Só podemos combater, de forma eficaz e eficiente, o Covid-19 com um planejamento construído com dados, informações e conhecimentos que tenham parâmetros científicos e métodos consistentes.
Taiana Jung é Gestora Técnica da Logos Consultoria. Atua há mais de 15 anos nas áreas de planejamento estratégico, pesquisa, formação e avaliação. Possui larga experiência em facilitação e mediação de eventos e formações. É Mestre em Estudos Populacionais e Pesquisa Social (ENCE/IBGE), Personal Coach (Sociedade Brasileira de Coaching), Mediadora de conflitos (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro), Especialista em Organização Espacial do Rio de Janeiro e Licenciada em Geografia (UFF). No setor público, foi chefe do Centro Social da Fundação Leão XIII. Na área acadêmica, já atuou como Professora no curso de graduação em Geografia (UERJ-FFP) e como Pesquisadora convidada do Departamento de Endemias (ENSP/Fiocruz). Compõe o grupo de orientadores do CIEDS. Atualmente, é gestora do Grupo de mulheres “Somos Empreendedoras”, com mais de 160 participantes em Niterói. Desde 2008, é sócia gerente da Logos Consultoria, na qual exerce a função de diretora técnica.
Rui Marcos é Gestor Administrativo-Financeiro da Logos Consultoria. Possui 20 anos de experiência nas áreas de educação e ensino, planejamento com ênfase em ordenamento territorial urbano e ambiental. Conhecimentos sólidos em gestão e planejamento estratégico. É Mestre em Engenharia de Transportes (COPPE-UFRJ). Especialista em Gestão e Planejamento Ambiental (UVA). Graduado em Geografia (UFF) e Administração (UCAM). Na área de planejamento urbano foi chefe do departamento de urbanismo da Prefeitura de Niterói-RJ, sendo gestor de equipe e responsável por projetos de gestão ambiental e delimitação de áreas de preservação. No campo acadêmico foi professor da pós-graduação no Curso de Especialização em Gestão, Planejamento e Licenciamento Ambiental da Universidade Salgado de Oliveira/Niterói-RJ. Desde 2008, é sócio da Logos Consultoria, atua como diretor administrativo e implementou o modelo de gestão da empresa.
O primeiro caso de covid-19 foi confirmado no Brasil no 26 de fevereiro.O paciente era um homem que esteve na Itália e se recuperou da doença.Embora tenha ganhado o título de “paciente zero”,ele está longe de ser o responsável pela disseminação da doença por aqui.Nesse mesmo período,mais de uma centena de introduções de novo coronavírus ocorreram no país.É o que mostra o maior estudo realizado até agora sobre a dispersão nacional do vírus.O trabalho, capitaneado pelo cientista cearense Darlan Cândido,da Universidade de Oxford, Reino Unido, é um verdadeiro marco do esforço científico para compreender a epidemia.O impacto das restrições no deslocamento na dispersão de covid-19 ajudaram a conter a doença, mas não o suficiente para acabar com a epidemia ,apontam os dados genético de cada infecção com informações sobre o covid-1912.