Artigo – Dia do Mastologista: a coragem de Ágata

Em 5 de fevereiro, comemoramos o dia do Mastologista e, não por acaso, essa data coincide com o dia de Santa Ágata, entidade católica que se tornou padroeira e protetora dos Mastologistas e das pacientes com câncer de mama.

Ágata, Águeda da Sicília, Águeda de Catânia ou Águeda de Palermo, mártir das tradições cristãs do século III, recusou as investidas do oficial romano Quinciano, que ordenou que ela fosse torturada numa cremalheira e suas mamas fossem arrancadas, como punição por não ter abdicado da sua fé cristã. Após um ano de seu martírio e morte, a cidade de Catânia ardeu em chamas, quando alguns moradores foram até o túmulo e retiraram seu véu e o apontaram na direção do fogo. Aquele momento, segundo a história, teria sido a razão para a chama cessar no dia 5/2, e a data passou, posteriormente, a ser dedicada a ela.

Esse relato se tornou uma das mais antigas da tradição hagiográfica (estudo da vida dos santos) e pode ser tomado por nós como uma mimese do enfrentamento pelo qual passam as pacientes com uma doença ameaçadora à vida. Durante seu flagelo, Ágata recebeu uma visão de São Pedro curando seus ferimentos. A boa notícia é que a Mastologia avançou tanto que, embora a doença assuste a quem recebe o diagnóstico, enfrentá-la não precisa ser e, geralmente, não é o martírio pelo qual a Santa passou.

A Mastologia é a área da Medicina que se dedica ao estudo das doenças da mama, sejam elas benignas ou malignas. O Mastologista é o especialista que realiza o tratamento cirúrgico e o acompanhamento da saúde mamária, estando apto a cuidar tanto de mulheres quanto de homens, que apresentam menor prevalência de afecções desta natureza quando comparado à população feminina.

Esse braço da Medicina é uma área fascinante, que permite que o mastologista se situe atuando, além do acompanhamento e do tratamento cirúrgico, no contexto dos exames de imagem, biópsias da mama e reconstrução da mama. A visão do mastologista em todas essas áreas agrega positivamente para o cuidado integral.

Sempre brinco com as pacientes que acompanhar com um mastologista é um casamento, pois elas geralmente requerem um acompanhamento periódico e de longa data. Essa relação permite que a proximidade seja estabelecida de forma gradual e sólida, com o propósito de proporcionar um tratamento adequado e cuidadoso.

A escolha da Mastologia, para mim, significou uma abertura de portas, que me possibilita adentrar na vida das pacientes em um momento vulnerável e estender a mão para ajudá-las no processo de cura, no enfrentamento da doença. Acabo sendo modificada, diariamente, por tantas histórias de vida, porque, no fim das contas, cuido não só da paciente, mas também da família e posso olhar de perto o milagre da cura e vivenciar gratidão pela vida.

Crédito: Matheus Campos

 

 

 

 

Andréa Juliana Laureano é mastologista do Vera Cruz Hospital, de Campinas (SP)

Redação

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