No Dia Mundial da Saúde (7 de abril), temos muito o que aprender e avaliar para evitar mais perdas. O resultado da pandemia no ano passado precisa ser estudado para preservar vidas em 2021 e nos anos seguintes. Por isso, manter a imunidade alta da população é crucial no cenário das condições recorrentes. Já sabemos que uma das doenças líderes em despesas médicas foi o distúrbio pulmonar/respiratório, segundo levantamento global da Aon. A principal delas foi a condição cardiovascular (em 71% dos países participantes). Em segundo lugar, câncer e neoplasia representaram 64%, seguidos por pressão arterial elevada e hipertensão (58%), diabetes (52%) e distúrbios respiratórios (41%). Os dados são do “Estudo de Tendências Globais dos Custos de Saúde 2021”, realizado em 107 países.
A crescente prevalência de fatores de risco em consequência de hábitos pessoais pouco saudáveis na América Latina, pressiona os custos médicos na região. Entre os riscos e os maus hábitos mais comuns podemos citar a hipertensão (83%), má nutrição (71%), alta glicose no sangue (58%), obesidade (58%) e o colesterol elevado (50%). A Aon realiza esta pesquisa anualmente para auxiliar empresas multinacionais a estimar as despesas em prêmios para as renovações de seus planos de saúde, entender os fatores que impulsionam os aumentos de custos médicos e elaborar iniciativas de bem-estar e contenção para enfrentar futuros desafios.
A qualidade de vida passou a ser uma das principais preocupações dessas companhias, que estruturam programas para a melhoria dos hábitos de seus colaboradores. Dentre as providências de mitigação apuradas no estudo, as voltadas ao bem-estar foram priorizadas por 82% dos países participantes.
Para as empresas que buscam a qualidade de vida, o esforço pode ajudar suas equipes a ter um desempenho mais eficaz e produtivo e construir resiliência, proporcionando adaptabilidade à mudança, um sentimento de pertencimento, e a capacidade de atingir seu potencial máximo. Nessa linha, as empresas que oferecem programas de bem-estar também podem ser recompensadas não só com uma redução nos custos em saúde, como também com a melhora da produtividade e desempenho financeiro.
O relatório da Aon confirma o crescente impacto das doenças não transmissíveis nos custos de saúde em todo o mundo. Enquanto os países passam por diferentes ondas da pandemia, a expectativa geral é que a utilização do convênio retorne gradativamente aos níveis normais (ou níveis anteriores à pandemia) até o final de 2021, à medida que os serviços médicos mais adaptados à atual dupla demanda voltem a atender às necessidades do mercado.
Esperamos um aumento contínuo do custo dos planos de saúde devido a fatores já conhecidos, como o envelhecimento da população, o declínio geral da saúde, maus hábitos de estilo de vida e maior prevalência de condições crônicas. Esses são fenômenos globais que terão seus efeitos ainda mais exacerbados pelos potenciais impactos a médio e longo prazo na saúde dos indivíduos, causados por tratamentos e exames de rotina adiados. Governos e sistemas de saúde se prepararam para os impactos da pandemia de Covid-19. Com as dadas perspectivas, o bem-estar dos colaboradores torna-se o principal e mais precioso ativo das empresas.
Paulo Jorge Rascão Cardoso é vice-presidente de Saúde e Benefícios da Aon no Brasil