Uma análise genética de pacientes com Covid-19 sugere que o tipo sanguíneo pode influenciar se alguém desenvolve doença grave. Os cientistas que compararam os genes de milhares de pacientes na Europa descobriram que aqueles que tinham sangue tipo A eram mais propensos a ter doenças graves, enquanto aqueles com tipo do grupo sanguíneo O tinham menos risco.
O relatório publicado no New England Journal of Medicine não prova uma conexão do tipo sanguíneo, mas confirma um estudo anterior da China sobre essa relação.
A evidência de um papel para o tipo sanguíneo é “experimental … não é sinal suficiente para ter certeza”, disse o Dr. Eric Topol, chefe do Instituto Translacional de Pesquisa Scripps, em San Diego, Estados Unidos.
O estudo, que envolveu cientistas na Itália, Espanha, Dinamarca, Alemanha e outros países, comparou cerca de 2.000 pacientes com Covid-19 grave a milhares de pessoas saudáveis ou que apresentavam apenas sintomas leves ou inexistentes. Os pesquisadores vincularam variações em seis genes à probabilidade de doença grave, incluindo algumas que poderiam ter um papel na vulnerabilidade das pessoas ao vírus. Eles também vincularam grupos sanguíneos a possíveis riscos.
O tipo sanguíneo também tem sido associado à suscetibilidade a outras doenças infecciosas, incluindo cólera, infecções recorrentes do trato urinário de E. coli e uma bactéria a H. pylori que pode causar úlceras e câncer de estômago, disse o Dr. David Valle, diretor do Instituto de Medicina Genética da Universidade Johns Hopkins.
Conclusão: “É um estudo provocativo. Na minha opinião, vale a pena publicar e divulgar”, mas precisa ser verificado em mais pacientes, disse Valle.
Rubens de Fraga Júnior é Especialista em geriatria e gerontologia. Professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná