Artigo – Implementação de telemedicina: o olhar de uma líder mulher

Em momentos de crise e insegurança precisamos de líderes excepcionais. Quando, em um momento como esse, precisamos fazer tantas mudanças como foram exigidas na entrega de saúde durante a pandemia se torna ainda mais desafiador. Liderar nessa época exigiu muita resiliência e capacidade de adaptação de todos, com novos estilos de liderança, metodologias de trabalho e maneiras distintas e eficientes de se relacionar.

Em muitos momentos, com tantas mudanças e tão rápidas nos perguntamos para onde estava indo a medicina e qual era nosso papel nessa transformação. E mais: como nós, líderes, ajudaríamos nossas equipes a enfrentar suas inseguranças tentando compreender o que seria o futuro dos seus atendimentos com a forte presença do mundo online. Menos humano? Menos contato? Mais frio? Essas eram algumas das inúmeras perguntas que vinham muitas vezes com críticas ao modelo. Mas a clareza de nosso objetivo e necessidades permitiu que nós, médicos e equipes, mantivéssemos a qualidade independente da ferramenta e ainda mostrássemos a todos o quanto a tecnologia pode ser uma grande aliada do nosso setor, trazendo diversos benefícios para os pacientes e também para os profissionais de saúde.

Existem problemas e desafios no uso dessa nova ferramenta, mas eles podem ser minimizados se aprendermos a atender expectativas, passar confiança, mostrar suporte, cuidado integral e amparo, sempre, ainda que por meio de uma tela de computador. Talvez, neste momento, ser mulher me ajudou a ter a força e resiliência necessárias para, em um ambiente hostil como uma pandemia, implementar uma nova ferramenta. Além disso, o acolhimento feminino ajuda na compreensão da humanização, algo que, infelizmente, já é um desafio na medicina tradicional e, com certeza, se torna mais difícil quando feito através de uma tela.

O conceito da humanização nos trouxe conforto em dias difíceis. Apesar de ser tão falado na entrega de saúde, com certeza também faz parte de uma liderança de valor. Ela fez com que fosse possível motivar profissionais a continuarem fazendo o que faziam de melhor, cuidar, mesmo em um momento de tanto sofrimento. Manter as equipes de saúde motivadas e dar todo o suporte e treinamento necessário era crucial, uma vez que essas pessoas foram o ponto de apoio e orientação para os pacientes, acolhendo suas necessidades no universo digital e suas angústias. É ser uma pessoa multifacetada! E isso, também digo com certeza, é algo que as mulheres sabem muito bem ser e o que nos destaca em muitos casos de liderança, seja de uma transformação ou propriamente de um time.

Mas, independentemente de gênero, bons líderes nesse ambiente conseguiram extrair o que há de melhor em cada um dos profissionais, mostrando que há espaço não só para novas tecnologias, ferramentas e abordagens, mas também para todos os tipos de pessoas que queiram se relacionar de forma mais humanizada com paciente, com mais qualidade e assertividade no atendimento. E isso sim foi o mais incrível de ver como líder de uma transformação que ficará para a história da medicina brasileira!

Mônic​a Puglies​e é médica emergencista e preventivista, com experiência em gestão de carteiras com redução de sinistralidade e telessaúde, tanto ligada à tecnologia, quanto à gestão de times remotos e questões jurídicas relacionadas. A profissional teve passagens por importantes hospitais em São Paulo na rede D’Or, Leforte e Unimed, além das empresas Beecorp e DOC24. Atualmente coordena a área de telemedicina da Amparo Saúde

Redação

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