Todos os anos, a campanha Outubro Rosa alerta a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. Falar de saúde e bem-estar é parte fundamental para a construção de uma vida com muito mais qualidade. Trata-se de um objetivo que deve ser construído coletivamente e, claro, rotineiramente.
De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), que levou em conta o triênio 2020-2022, foi estimado a cada ano mais de 66,2 mil casos novos de câncer de mama no Brasil. Um risco de 61 diagnósticos a cada 100 mil mulheres. Diante dos números, a campanha de conscientização Outubro Rosa ganhou importância ainda maior devido ao impacto da pandemia na realização de exames preventivos. Afinal, pesquisa do Ibope Inteligência a pedido da farmacêutica Pfizer revela que, em 2020, 62% das mulheres não foram realizar exames de detecção de câncer de mama por causa do isolamento social.
O movimento não passa despercebido pelo mercado de trabalho – é assim todo ano, quando as marcas se inundam de rosa em celebração à data. Contudo, é fundamental que as organizações não deixem o ritmo cair nas iniciativas de conscientização nas próximas semanas e sejam assertivas ao tratar do assunto com seu time de trabalho. As empresas precisam manter o pique para que os cuidados com a saúde sejam constantes entre suas colaboradoras.
Nesse sentido, duas soluções surgem como alternativas para facilitar o acesso à saúde. A primeira delas, evidentemente, é a telemedicina. Ao mesmo tempo que a pandemia de Covid-19 afastou as pessoas das clínicas diante do receio de contaminação, possibilitou a realização de consultas remotas graças às ferramentas tecnológicas próprias para isso. Foi uma medida que o Conselho Federal de Medicina adotou em “caráter extraordinário”, mas hoje é inviável descartar essa opção.
Assim, as profissionais podem realizar as primeiras consultas com seus médicos de confiança no horário que preferirem e sem a necessidade de readequar a rotina para se deslocarem aos consultórios. Ou, então, podem conhecer outros especialistas que não estariam disponíveis por conta da localização geográfica. Em suma: o investimento dos RHs em ofertas de telemedicina pode expandir o cuidado às pessoas que estão distantes de clínicas e hospitais, assim como simplificar o agendamento e a realização de consultas para os colaboradores tomados pelas rotinas pesadas das grandes metrópoles.
Paralelo a isso, outra boa estratégia para manter o alcance da proposta do Outubro Rosa é apostar em benefícios flexíveis, especialmente em regiões mais remotas, em empresas de cidades do interior, onde as campanhas públicas podem não ser tão massivas.
Os benefícios são alternativos para um velho problema: entregas complementares ao salário que façam sentido diante dos desejos e das necessidades dos colaboradores. Pensando em demandas coletivas, a oferta voltada à saúde pode ser uma saída para toda a cadeia envolvida e ainda ir ao encontro da campanha.
A flexibilização é uma característica dos planos de benefícios em que o colaborador pode tomar decisões dentro de opções preestabelecidas. Ou seja, corresponde a uma tendência que coloca os usuários cada vez mais como protagonistas. Assim como o home office, que dá mais flexibilidade para definir horários de trabalho, os benefícios flexíveis entregam autonomia para o profissional montar seu próprio pacote. Pensando em saúde, o formato dessas ofertas faz cada vez mais sentido, pois em uma sociedade 5.0 e que preza sempre mais pelo seu bem-estar, o segmento de saúde e de autocuidado se tornam pontos centrais.
Refletindo mais amplamente, essas opções podem impactar a qualidade de vida dos colaboradores e de suas famílias. Auxílio-alimentação, auxílio-creche, auxílio-cultural, cartão de viagem, custeio de atividades de lazer, academia e outras atividades físicas, plano de saúde, plano odontológico e até seguro de vida, além da possibilidade de se consultar com médicos de confiança no conforto de sua casa. Benefícios que podem ser ofertados pelas empresas e fazer toda a diferença para fomentar um estilo de vida mais saudável.
Matheus Rangel é CGO na Niky