Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é considerado o país mais depressivo da América Latina com maior predominância de ansiedade no mundo, tendo aproximadamente 20 milhões de pessoas com a saúde emocional abalada, o que representa 9,3% da população que sofre com o problema.
Um estudo feito por pesquisadores canadenses com mais de 190 mil pacientes mostrou que as crises de ansiedade aumentaram quatro vezes durante a pandemia em comparação com dados habitualmente relatados pela OMS em outros anos. Aliado a estes números, a procura por auxílio emocional profissional teve um aumento expressivo desde o início da pandemia de acordo com a startup Psicologia Viva que promove atendimento online e relatou aumento de 600% na procura de sessões de terapia, o que representa 600 mil novas consultas por ano.
Ainda de acordo com dados da OMS de 2019, no planeta em média 700 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de transtorno psicológico. Apesar dos alarmantes números que já se apresentavam antes da pandemia da Covid-19 o estigma e preconceito com as questões emocionais ainda são um tabu a serem quebrados.
Com o início da pandemia da Covid-19 que trouxe o isolamento social e diversas incertezas emocionais, o cuidado com a saúde mental surge como necessidade, e em muitos casos como um fator de urgência.
Um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) mostra no Brasil um crescimento de 90,5% nos casos de depressão desde o início do isolamento social. Esta pesquisa se baseou em dados obtidos de 1.460 pessoas de 23 estados do país. O mesmo estudo também apontou um crescimento nos casos de ansiedade – 8,7% para 14% – e estresse agudo – 6,9% para 9,7%.
Como toda crise é também uma oportunidade para um futuro melhor, esperemos que a pandemia Covid-19 ajude a humanidade a perceber a importância da saúde pública e global.
As informações quanto ao impacto da pandemia da Covid-19 na saúde emocional da população como um todo, ainda são muito recentes, mas precisam ser trazidas à tona de forma clara, servindo primeiramente como um alerta ao cenário alarmante de ansiedade, depressão e até mesmo de auto-extermínio que viemos observando de forma crescente.
Claudia Toniazzo é pós-graduada em Psicologia Positiva, Mestre em Agronomia e Graduada em Biologia