Artigo reúne desfechos clínicos dos pacientes com tumores de pâncreas discutidos em Tumor Board

Os Tumor Boards são reuniões multidisciplinares que contam com a participação de cirurgiões, oncologistas clínicos, radioterapeutas, patologistas, radiologistas, pesquisadores e outros especialistas para discutir a conduta terapêutica mais efetiva para casos complexos de pacientes com câncer. Um dos pilares no tratamento oncológico adotado pelo A.C.Camargo Cancer Center, define a melhor sequência de tratamentos, além de outras ponderações.

Um trabalho recém-publicado na Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões contou a experiência do Centro de Referência de Tumores do Aparelho Digestivo Alto. A partir de estudo com pacientes com tumores pancreáticos avaliados entre 2017 e 2019, os especialistas identificaram barreiras que podem interferir na execução do melhor cuidado decidido ao paciente.

“Alguns trabalhos na literatura já apontam melhores resultados oncológicos e diminuição de custos com os Tumor Boards em outros Cancer Centers no mundo, porém, pouco se sabe sobre o impacto destas reuniões numa população brasileira, e menos ainda em um grupo específica de tumores digestivos como foi analisado no A.C.Camargo. Com estes dados, pudemos destacar nosso principal objetivo de otimizar tempo e resultados no cuidado aos pacientes. Nosso propósito é cuidar cada vez melhor dos pacientes com câncer digestivo, resolver casos complexos, onde outras instituições têm mais dificuldade, e servir como exemplo para colegas e instituições que nos visitam frequentemente”, aponta Dr. Felipe Coimbra, Líder do Centro de Referência de Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo Cancer Center e um dos autores do trabalho.

Apesar dos avanços na detecção e tratamento de câncer de pâncreas, a taxa de sobrevida em 5 anos ainda é de apenas 9%, sendo uma das neoplasias mais letais, exigindo modelo que auxilia na melhor gestão do cuidado, como as reuniões interdisciplinares.

“Atualmente, existem poucos estudos sobre o resultado das condutas recomendadas pelo Tumor Board e não há acompanhamento para certificar que a recomendação foi executada. E, conhecer os motivos por não conformidade das recomendações pode ajudar a prevenir ações que possam interferir na execução do melhor atendimento ao paciente”, explica.

O estudo concluiu que a conduta do Tumor Board é realizada na maior parte dos casos e o motivo mais evidente para o não cumprimento das condutas é a piora clínica do paciente. Os casos com metástases estão suscetíveis a piora clínica, implicando assim ao não cumprimento da sequência de tratamento proposto, pela mudança de conduta médica adaptada a nova realidade do paciente.

Redação

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