A rápida disseminação da Covid-19 colocou a vertical de supply chain em um momento de muita pressão. Como muitas indústrias dependem de bens e materiais vindos de diferentes partes do mundo, os tomadores de decisão precisam fazer ajustes rápidos para atender às necessidades de suprimentos e garantir a resiliência da operação.
Poucos integrantes do cenário de negócios sentem o efeito de uma grande crise como uma cadeia de suprimentos. Um único evento pode ter um efeito dominó, fazendo com que muitas empresas se sintam navegando em águas desconhecidas. Líderes de setores que prosperam na quarentena, ou que preveem uma forte retomada quando o confinamento terminar, devem agir rapidamente para implementar medidas que garantam a escalabilidade da demanda.
A maioria dos donos e gestores de negócios entende a importância da capacidade de resposta quando se trata de mudanças inesperadas, mas os cenários de crise trazem desafios sem precedentes e pressões adicionais. Nesse tipo de situação, proteger a cadeia de suprimentos requer rapidez e habilidade, assim, é melhor planejar com antecedência do que ser forçado a se atualizar no meio do furacão.
Obviamente, é difícil prever e superar desastres naturais e acidentes, mas ser capaz de reproduzir cenários e ter um plano de recuperação é essencial. Para isso, é necessário ter clareza sobre a situação de todos os setores da empresa, agir rapidamente e contar com recomendações preparadas para a tomada de ações. À medida que as empresas se recuperarem dessa crise, o foco do planejador para o próximo ano será usar os dados, num primeiro momento, para aumentar a transparência de suas operações, em seguida, usar essa transparência para entender a exposição a riscos e, finalmente, fazer recomendações para planejar adequadamente. A análise de dados pode ajudar a aumentar a resposta de emergência para prever o que está acontecendo na demanda e, assim, manter a cadeia de suprimentos em movimento.
Construindo cadeias de suprimentos robustas
Para evitar riscos futuros é necessário aproveitar a abundância de dados produzidos por inúmeras fontes, e muitas variáveis devem ser analisadas para fornecer os insights cruciais necessários para antecipar onde as lacunas podem aparecer.
A tomada de decisões críticas requer boas informações e bons dados. Estes, consequentemente, devem servir como estabilizadores para ajudar as empresas a modelar cenários de negócios em perspectiva, permitindo a avaliação, adaptação e correções de curso necessárias em resposta às condições do mercado.
No entanto, o valor dos dados só é concretizado quando estes são onipresentes. Devem vir de todas as partes da organização ou a liderança ficará incapacitada. As empresas só podem tomar as melhores decisões com base em dados e análises que fornecem insights com a velocidade necessária – e para isso as informações devem estar disponíveis e acessíveis.
Sabemos que muitas empresas de sucesso têm uma comunidade de “cidadãos cientistas de dados”, isto é, trabalhadores com experiência analítica, hábeis em usar a tecnologia para encontrar padrões úteis e fazer correlações significativas. Apenas com base em suas habilidades cognitivas e nas poderosas soluções analíticas disponíveis, as empresas podem alavancar informações de valor considerável. Com as ferramentas certas, esse grupo pode analisar as interrupções na cadeia de suprimento em tempo real, enquanto identifica etapas para melhorar a resiliência e garantir sua continuidade no futuro.
Respostas transformadoras orientadas por dados
Administrar uma cadeia de suprimentos eficiente significa contabilizar vários fatores internos e externos que podem afetar o estoque. Espera-se que as empresas mantenham a produção mesmo em meio a falhas operacionais, recursos limitados e nenhuma clareza sobre como será o mundo no curto ou no longo prazo. Aqueles que já estavam aplicando estrategicamente análises ágeis e avançadas ao planejamento da cadeia de suprimentos se sairão melhor do que os outros nessa crise.
A estabilidade e a resiliência das análises repetíveis fornecem maior eficiência em toda a cadeia de suprimentos, por meio da habilitação de recursos que podem calcular ou redirecionar rapidamente uma frota, identificar escassez de suprimentos ou prever necessidades de pessoal. Mas, para obter percepções na velocidade da crise, é necessária uma base sólida e robusta de análise. As plataformas analíticas precisam ser capazes de trabalhar com uma ampla variedade de dados e fontes para alcançar esses tipos de resultados – estejam eles em sistemas internos proprietários, sites de fornecedores externos ou telemetria de rastreamento em tempo real, por exemplo. É por isso que as organizações precisam investir em plataformas analíticas de autoatendimento que as capacitarão a criar transparência de dados para todos, permitindo que os departamentos funcionais, com seus modelos de negócios particulares, utilizem usuários comerciais experientes como cidadãos cientistas de dados para ajudar a aplicar as lições aprendidas com essa crise e planejar para o futuro.
O poder da análise de dados vai muito além da capacidade de uma organização de enfrentar a tempestade, podendo servir como um fator fundamental para alcançar uma solução global. Paralelamente à reação às implicações comerciais de curto prazo, os líderes também precisam implementar uma estratégia analítica robusta que aproveite insights preditivos para identificar e saber reagir a futuras vulnerabilidades.
Leandro Rodriguez é Vice-Presidente para a América Latina da Alteryx, empresa especialista em software de análise de dados