Artigo – Saúde e segurança: a importância do controle de acesso na gestão hospitalar

O Brasil é um dos lugares mais inseguros do mundo. Estudos, pesquisas e levantamentos comprovam que a segurança pessoal e patrimonial tem sido um grande desafio. Só para se ter uma ideia,  somente no estado de São Paulo, 35 pessoas foram roubadas por hora nos últimos dez anos. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, foram mais de três milhões de roubos no período. No ranking dos países mais inseguros do mundo, feito pela ONG americana Social Progress Imperative, o país ocupa a 11° posição. Em uma escala de 0 a 100, com 0 para a máxima insegurança, o Brasil recebeu 37,5 pontos.

Instituições financeiras, edifícios empresariais, condomínios e residências são os principais alvos dos assaltos. Mas existe outro segmento bastante vulnerável, o hospitalar. Ainda que pouco divulgado na mídia, para preservar a imagem de um lugar de calma e tranquilidade para reestabelecimento da saúde, os hospitais são alvos potenciais de crimes, sejam ele de pequeno porte – como roubos de medicamentos e ferramentas – ou de grandes proporções, como assalto a mão armada ou ameaças para resgate de presos internados.

Por ser um espaço de amplo fluxo, fica difícil controlar quem está no ambiente. Buscando alternativas para minimizar essas ocorrências, o setor hospitalar tem investido bastante na segurança patrimonial, apostando em novas tecnologias de ponta para melhorar seus controles de acesso. As barreiras físicas, dos mais variados estilos e modelos, passaram a ocupar diversas áreas do entorno desses empreendimentos e também internamente, ajudando a otimizar o fluxo de pacientes, visitantes, funcionários e pessoas autorizadas em cada espaço.

O assunto é tão sério que se encontra em dois dos principais manuais de acreditação internacional: o da Organização Nacional da Acreditação (ONA) e o da Joint Comission International (JCI). Entidades de grande importância do setor também possuem grupos especiais em estudos do tema, como a Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg) e Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança Orgânica (ABSO). Hoje, redes de hospitais e instituições de saúde precisam se adequar às normas de controle de acesso, conquistando essas certificações, para atender os pacientes de determinados planos.

O sistema de monitoramento e controle de acesso possui o intuito de fornecer mais segurança às unidades hospitalares. Mas, diferente de outras instituições, requer alguns cuidados no seu desenho e instalação. O sistema precisa ser pensado a partir da premissa de que um hospital possui um público variado, de diferentes idades e condições de locomoção, com um alto fluxo de movimento.  Por conta disso, opções que não exijam o contato físico dos usuários e que levem em conta esse bloqueio variável são essenciais.

Os equipamentos também contribuem para a diminuição dos riscos de contaminação. Sem a necessidade do contato, há uma queda na proliferação potencial de doenças. Além disso, o controle físico permite um gerenciamento maior de pessoas por espaço, principalmente quando integrado a outros sistemas tecnológicos como, por exemplo, softwares de gestão de pacientes. Quando esse sistema é integrado ao controle de acesso é possível gerenciar a quantidade de visitantes em um determinado quarto. Quando o limite é excedido, a próxima pessoa, mesmo com o cartão de acesso em mãos, será automaticamente bloqueada no equipamento de controle de acesso, sendo apenas liberada quando outro individuo (visitante) deixar o quarto. Essas soluções auxiliam no controle médico e até mesmo na segurança para recuperação do paciente.

Outras integrações são possíveis, como com o sistema de agendamento de consultas, que libera o acesso do paciente minutos antes da consulta, a fim de manter o local com menor circulação de pessoas e maior eficiência para o corpo médico do hospital; além de integrações com sistema de CFTV.

Todos os equipamentos de controle de acesso instalados em hospitais também presam por sistemas que permitam a rápida evacuação. As catracas classificadas como barreiras de vidro, possuem uma eletrônica dedicada, integrada ao sistema de incêndio do hospital. Uma vez acionada, o equipamento recolhe os braços e mantém a iluminação ativa, incluindo lâmpadas exclusivas próximas ao piso, para orientar a rota de fuga, permitindo a passagem livre e a rápida dispersão de pessoas, ao mesmo tempo em que evita acidentes.

O devido controle de fluxo é de extrema importância para hospitais e instituições de saúde de todos os tipos e portes, reduzindo a possibilidade de ocorrências que ponham em risco as pessoas e os recursos da instituição. Um sistema de controle integrado gera a sensação de segurança para colaboradores e usuários, protege os bens da organização e contribui na busca de um ambiente mais saudável e seguro para todos.

 

 

Alan José Lourenço é engenheiro eletrônico, com MBA em Gestão Comercial pela FGV. Atualmente é gerente Nacional de Vendas na Wolpac Sistemas de Controle, onde atua há mais de 13 anos

Redação

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