Atendimento especializado em Odontologia Hospitalar e Bucomaxilofacial auxilia contra complicações da Covid-19

Indispensáveis dentro de um hospital para tratar e prevenir a proliferação de bactérias e infecções na cavidade oral, as especialidades de Odontologia Hospitalar e Bucomaxilofacial ganharam destaque durante a pandemia do coronavírus, quando mostraram que os cuidados com a boca ajudam a prevenir o agravamento da doença e da pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV).

Em artigo publicado em janeiro de 2022 no American Journal of Infection Control, a especialista Bruna de Cássia Sabino, após pesquisa realizada no Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), demonstrou como um conjunto de procedimentos seguidos à risca quanto à higiene oral intensiva pode aprimorar a qualidade do serviço prestado ao paciente crítico. “Implementamos um protocolo de cuidados odontológicos na unidade e, com ele, foi possível diminuir casos de infecções dentro da Unidade de Terapia Intensiva. Antes da implementação dele, registramos 45 casos de PAV (21,1%). Após a implementação, somando à atuação do cirurgião dentista diariamente, foram observados apenas cinco episódios de PAV (3,6%), o que contribuiu para que 96,3% dos pacientes admitidos na UTI que ficaram em ventilação mecânica por mais de 48 horas não evoluíssem para PAV”, detalha.

Segundo a Dra. Laura D’Ottaviano, cirurgiã bucomaxilofacial do Vera Cruz Hospital, os cuidados vão desde a escovação ao diagnóstico e tratamento de doenças e alterações da cavidade oral adquiridos durante a internação, tais como lesões fúngicas, virais e/ou traumatismos e deformidades faciais. “Todos os pacientes admitidos nas unidades de terapia intensiva passam por uma avaliação odontológica para definir como será o acompanhamento da equipe de bucomaxilofacial em conjunto com o médico”.

“Cada detalhe é avaliado: boca, saliva, língua, mucosa bucal, além do estado clínico do paciente para o autocuidado. Pacientes com nível de consciência adequados são orientados sobre como manter a rotina de higienização bucal. Já os idosos ou aqueles que não apresentam condições de autonomia recebem o auxílio de um cirurgião dentista ou técnico de enfermagem”, adiciona Bruna.

No caso dos pacientes que necessitarem de respiração mecânica por agravamento da Covid-19, o cuidado deve ser maior, pois esses pacientes ficam mais tempo nas UTIs (em média, de 30 a 40 dias), o que aumenta a chance de uma pneumonia bacteriana durante o tratamento, já que a PAV é uma infecção pulmonar comum entre os que estão sob o uso de ventilador.

De acordo com a especialista, 80% das pessoas internadas nas unidades de terapia intensiva possuem uma condição bucal preexistente, como a doença periodontal (inflamação da gengiva intimamente ligada a outras doenças, como diabetes, cardiopatia e tabagismo), além de mobilidade dentária, feridas ou ulcerações que podem agravar o quadro geral do paciente crítico, o que torna os cuidados com a saúde bucal, desde a escovação aos tratamentos mais complexos, essenciais na prevenção das infecções respiratórias.

“É comum que, quando internados, os pacientes mudem seus hábitos de rotina e negligenciem os cuidados com a cavidade oral, fundamentais para a boa evolução, prevenindo a proliferação de bactérias, diminuindo, além do risco de infecções respiratórias, o risco de morte. Na pesquisa realizada pela equipe de Bucomaxilo, foi observada diminuição das mortes por PAV, com o protocolo e adequação do meio bucal”, detalha Dra. Bruna.

Atendimento de Bucomaxilo para pacientes do Pronto-Socorro

Única rede na Região Metropolitana de Campinas a contar com uma equipe plantonista completa em período integral, o Vera Cruz Hospital conta com 12 profissionais para atendimento de urgência. Eles são capacitados para realizar procedimentos desde os mais simples até os mais complexos, tais como ferimentos, fraturas em face e cavidade oral, traumatismos dentários, infecções, doenças e malformações nos ossos da face, alterações de função e mastigação. “Se uma criança caiu, machucou o lábio ou perdeu um dente, a primeira avaliação é feita pelo médico pediatra de plantão, que analisa o quadro e detecta a necessidade da avaliação de um bucomaxilo. O mesmo acontece com pessoas acidentadas, que chegam às nossas unidades hospitalares com algum tipo de fratura ou lesão envolvendo a face. Ao dar entrada, o médico responsável faz a primeira avaliação e, em conjunto com o bucomaxilo, define o tratamento”, conclui Dra. Laura.

“Também estamos capacitados para atendimento aos pacientes que realizam tratamento oncológico e que apresentam qualquer efeito colateral do tratamento antineoplásico em cavidade bucal”, acrescenta Dra. Bruna.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.