Aumenta a procura de instituições de saúde para serem acreditadas em 2021

Seja como um diferencial para as organizações médicas ou em instituições de saúde que focaram mais em marketing para ter uma visibilidade maior, nenhum desses motivos fez com que o número das acreditações aumentasse. Modelo de gestão conhecido por países mundo afora, uma instituição de saúde acreditada demonstra preocupação com a maturação dos seus processos de gestão, gerenciamento de riscos, além de expressar uma atenção à centralidade dos pacientes. E o que fez o processo de acreditação aumentar no Brasil foi a pandemia.

Segundo dados levantados pelo próprio IQG – Health Services Accreditation, a maior instituição acreditadora da América Latina, em 2019 foram 324 propostas de acreditação. Em 2020 foram 226, 83 no primeiro semestre (número baixo por conta do início da pandemia) e 143 no segundo. Só no primeiro semestre de 2021 foram 188 propostas. Se o resultado se repetir igual ao primeiro semestre, os números deste ano passarão com tranquilidade os do ano de 2019.

Para o Dr. Rubens Covello, CEO do IQG – Health Services Accreditation, não existe uma pressão de setores específicos da saúde para que esse número aumente, mas sim do sistema como um todo. “Eu acho que a pressão é do sistema como um todo pós pandemia. A performance dos hospitais acreditados foi tão visivelmente melhor dos não acreditados que as instituições que não são acreditadas estão olhando para o processo de uma maneira diferente”, apontou ele.

E este processo aconteceu de forma natural, muito pela transformação do próprio sistema. “Eu não acredito que a gente vai ter um novo sistema de saúde, mas acho que vamos ter um sistema de saúde mais eficaz e mais eficiente. Ao procurar esses dois tópicos, as instituições estão em busca de ferramentas que eles não tenham em seu portfólio”, garante Covello.

“Quando começou a pandemia, pensei que fosse acabar (os sistemas de acreditação) por conta de as instituições estarem cortando fundos de lugares que elas entendem ter menos valor. E aconteceu justamente o contrário. Eu acho que os próprios líderes hoje estão mais maduros e entendendo melhor a questão da acreditação”, afirmou Covello, acrescentando que este aumento acaba gerando situações interessantes: “Tem um monte de certificação aparecendo aí que não tem nada a ver. Eles olham o mercado e veem que ele está caminhando para esse lado – e isso também é um sinal positivo – e começaram a aparecer várias certificações: de excelência, do paciente, certificação disso, daquilo… Só que infelizmente são certificações que não têm nada a ver por que não são ferramentas de gestão”, informou o CEO do IQG.

Com isso, a expectativa para o ano que vem não poderia ser diferente. Para Covello, como o foco sempre foi na questão da sustentabilidade do sistema e das instituições, isso fez com que o processo de acreditação sobrevivesse à pandemia e voltasse ainda mais forte. “A minha expectativa é de que aumente mesmo. No início da pandemia, algumas instituições desistiram do processo por acharem complicado e as instituições buscavam cortar gastos. Mesmo assim, eu entendo que este aumento não é para procura de processo de acreditação exclusivo do IQG, mas é um aumento como um todo das outras acreditadoras e das outras metodologias”, finalizou.

Redação

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