Próximo ao Dia Mundial do Diabetes, 14 de novembro, a Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla em inglês) divulgou dados preliminares do Atlas Diabetes 2021 com espantosa alta de casos da doença neste ano. A médica endocrinologista do Hospital Anchieta de Brasília (DF), Julianne Maia, especialista no assunto, diz que os números são alarmantes, ainda mais porque a estimativa é que esse índice chegue a 300 milhões em 2025.
Quanto ao Brasil, os dados mostram que 16 milhões de brasileiros têm a doença, mas que a metade deles não sabem dessa condição. A endocrinologista alerta: “É comum o paciente não saber da condição mesmo já apresentando alguns sintomas, e quando fazemos o exame descobrimos que a diabetes já se consolidou. Assim como há casos de pacientes ainda assintomáticos, que já apresentam os exames alterados.” Por isso, a médica destaca a importância de realização de checkup de rotina e controle da doença quando o diagnóstico está feito. Esta é outra pauta importante levantada pelo Dia Mundial do Diabetes, lembrar a população sobre a importância dos cuidados com a doença, ainda mais em tempos de pandemia, já que ela pode ser um agravante no quadro da Covid-19.
O documento divulgado neste mês de novembro, mostra que houve um aumento de quase 16% nos casos da doença em adultos (de 20 a 79 anos) em todo o mundo. Hoje são 537 milhões de pessoas com diabetes, isto significa que 1 a cada 10 adultos desenvolveram a doença, e apenas em 2021, já foi responsável por 6,7 milhões de mortes em todo o mundo, ou seja, 1 a cada 5 segundos. Os novos dados divulgados pela IDF sobre brasileiros com diabetes só serão divulgados no próximo dia 6 de dezembro, quando o Atlas Diabetes 2021 for publicado.
Riscos que o diabetes traz
A doença não costuma apresentar sintomas no começo, se não está extremamente descompensada. Por isso, é importante fazer os exames de rotina. Fome frequente, sede constante, feridas que demoram a cicatrizar, vontade de urinar várias vezes ao dia e formigamento nos pés e mãos são alguns dos sinais da doença.
Julianne Maia destaca que é preciso ter uma rotina de hábitos de vida saudáveis com atividade física regular (no mínimo 150 minutos por dia) e alimentação o mais natural possível, “evitar industrializados, evitar o abuso de carboidrato, evitar o consumo excessivo de álcool, tabagismo, entre outros”. É importante destacar também que o diabetes não tratado pode trazer complicações sérias, “as mais conhecidas são as que chamamos de microvasculares, dos pequenos vasos sanguíneos. Ou seja, são alterações que acarretam principalmente em redução da função renal (até mesmo falência da função renal), lesões nos membros inferiores, complicações oftalmológicas e neuropatia diabética – lesões nos nervos periféricos que causam úlceras/feridas que não cicatrizam, dor nos membros inferiores, nas mãos dentre outros”, explica.