O “Bloquinho Unidos do Materno Infantil”, organizado pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt) e pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), de Goiânia (GO), está movimentando a unidade com a blitz do carnaval. A fim de repassar orientações fundamentais para os colaboradores sobre prevenção e contribuir para que aproveitem o carnaval de forma segura, os organizadores prepararam dois dias de palestras (6 e 7 de fevereiro) e distribuíram 700 preservativos aos pacientes e funcionários.
Ambas palestras realizadas tiveram como tema Infecção Sexualmente Transmissível (IST). A ginecologista e obstetra Luciene Bemfica, proferiu uma aula na tarde de ontem (6 de fevereiro) aos presentes, enquanto a enfermeira Nara ficou responsável pelo público de hoje (7 de fevereriro). A ginecologista explicou que, inicialmente, essa patologias eram conhecidas como doenças venéreas, depois passaram a ser chamadas de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), mas a literatura médica entendeu que “doenças” implicam sintomas e sinais visíveis no organismo, alterando a nomenclatura para IST, já que “infecções” inclui patologias que possuem períodos assintomáticos (sífilis, herpes genital, por exemplo) ou aquelas que se mantém assintomáticas durante toda a vida do indivíduo (como casos de HPV e vírus do Herpes) e são somente detectadas por meio de exames laboratoriais.
A médica apontou as principais infecções e alertou sobre a necessidade do uso de preservativo nas relações sexuais. “Muitas infecções apresentam período de incubação, ou seja, o vírus ou a bactéria contaminou a pessoa, mas ela nem sequer sabe, por não apresentar sintomas”, explicou. Luciene também chamou atenção para o HPV, que, segundo ela, mais de 80% da população apresenta o vírus, assintomático ou não, já que o período de incubação do HPV é desconhecido. A infecção também pode causar câncer de colo de útero, por isso, é fundamental a prevenção anual com ginecologista, quando se é possível descobrir a lesão no início e, assim, fazer o tratamento adequado para que não evolua para câncer.
As ações realizadas no pré-carnaval, no HMI, fazem parte da campanha do Ministério da Saúde (MS), quando serão distribuídos mais de 100 milhões de preservativos em todo o país, principalmente entre os jovens, já que, segundo pesquisa do MS, são os que menos usam preservativos. “A auto-confiança é o grande vilão da saúde, a falsa certeza de que nada vai acontecer faz com que as pessoas deixem de usar camisinha”, explicou a palestrante Nara Borges. O hábito de não usar camisinha tem impacto direto no aumento de casos de ISTs. Em Goiás, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) divulgou que, no período de 2014 para 2016, houve um aumento de quase 50% no número de casos de HIV. Em relação à faixa etária, os jovens de 20 a 29 anos foram predominantes, com 45,6% dos casos de HIV notificados e 25% na faixa de 30 a 39 anos.