Campanha pede atenção aos sinais do Alzheimer na população idosa

Cerca de 2 milhões de pessoas vivem com demência no Brasil, e a previsão é que chegue a quase 6 milhões de pessoas até 2050, de acordo com estudo publicado na revista The Lancet. Entre as doenças que comprometem memória, linguagem, comportamento e personalidade está o Alzheimer, um mal neurológico degenerativo progressivo e sem cura que atinge com maior frequência pessoas com mais de 65 anos. Com o envelhecimento acelerado da população, é cada vez mais importante incentivar o diagnóstico precoce e prevenir casos que podem ser evitados ou retardados. Neste mês, é realizada a campanha Fevereiro Roxo, com esse intuito.

“Conscientizar a população para os sintomas pode levar ao diagnóstico e tratamento precoce. O maior desafio é a identificação dos sintomas pelo paciente e pelos familiares. Muitas vezes damos pouca importância aos ‘esquecimentos’ em idosos. Também existem diagnósticos diferenciais que comprometem a memória e muitas vezes são negligenciados, como deficiência de vitaminas, baixa função da tireoide, e principalmente, a depressão”, explica o neurologista Caio Lima, parte do corpo clínico do Hospital Sepaco, em São Paulo (SP).

São mais vulneráveis pessoas do sexo feminino, com idade avançada e histórico da doença na família. Porém, há diversos fatores para evitar ou postergar a doença. Além do tratamento com medicamentos, atividades que estimulam funções cognitivas são muito positivos – e podem ser adotados por todos, o quanto antes.

“A prática de exercícios físicos regulares, controle da hipertensão e do diabetes, parar de fumar, corrigir déficits de audição, e exercício constante da memória – seja com jogos de raciocínio, leitura ou aprendendo coisas novas como línguas – são todos hábitos de excelente prognóstico. Exercitar o corpo libera várias endorfinas que auxiliam a boa comunicação e sobrevida dos neurônios. Por outro lado, exercitar a mente promove o que chamamos de ‘neuroplasticidade’, que é a multiplicação de conexões entre os neurônios”, destaca o neurologista.

Portanto, é preciso exercitar o corpo e a mente. Quanto às terapias que envolvem medicações, todas as mais conhecidas são disponibilizadas gratuitamente pelo SUS. No entanto, novas medicações surgem, como o Aducanumabe, que é injetável e aplicado em estágios precoces da doença, mas ainda está em avaliação e não se encontra disponível no país.

“A maior dificuldade que vejo no dia a dia é uma família atenta e disposta a auxiliar na regularidade de dar as medicações e relatar possíveis efeitos colaterais para ajuste das mesmas”, ressalta Lima.

O Hospital Sepaco dispõe de pronto-socorro e serviço de internação, atendendo casos neurológicos de emergência, como derrames cerebrais, e quadros ambulatoriais envolvendo dores de cabeça, Mal de Parkinson, Alzheimer, doenças neuromusculares e desmielinizantes, como esclerose múltipla e lateral, e epilepsia.

Redação

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