Cidade do extremo sul do país torna-se exemplo contra exercício ilegal da Medicina

Em Dom Pedrito (RS), cidade de aproximadamente 40 mil habitantes, localizada a cerca de 450 quilômetros ao sul de Porto Alegre, a luta contra o exercício ilegal da Medicina está sendo levada a cabo por autoridades municipais e tem provocado desdobramentos inesperados em vários segmentos sociais.

Tudo começou há pouco mais de um mês, quando mães de escolares passaram a procurar médicos oftalmologistas da cidade informando que seus filhos haviam sido submetidos a “exames de vista” em escolas municipais e queriam confirmar as prescrições recebidas. Logo foi descoberto que uma rede de estabelecimentos óticos, que cobre várias cidades da região, havia patrocinado a ida de profissionais sem formação médica para a realização desses “exames”. Os médicos oftalmologistas constataram que várias prescrições eram equivocadas e inúteis para crianças de 6 a 12 anos, feitas exclusivamente para alavancar a venda de óculos.

O caso repercutiu na imprensa local e junto aos Poderes Legislativo e Executivo e uma investigação preliminar demonstrou que os “exames de vista” não haviam sido autorizados por nenhuma autoridade. Além disso, foram feitos em época de distanciamento social, aparentemente sem que os devidos cuidados fossem tomados.

O prefeito da cidade, Mário Augusto Freire Gonçalves (PP), tomou então várias iniciativas envolvendo instâncias do Ministério Público, de entidades médicas e da própria Prefeitura para determinar responsabilidades e verificar que medidas poderiam ser tomadas para defender a população de iniciativas semelhantes.

De acordo com o presidente da Sociedade de Oftalmologia do Rio Grande do Sul (SORIGS), Marcos Brunstein, as autoridades municipais de Dom Pedrito estão firmemente empenhadas em levar as investigações até o fim e encontrar os responsáveis por essa ação de exercício ilegal da Medicina, encontrando amplo respaldo junto à população, nas instâncias judiciais e, logicamente, entre as entidades representativas dos médicos, principalmente da SORIGS.

“Em todos os casos que conhecemos, são sempre os médicos que procuram as autoridades para efetivar as denúncias e exigir providências. Em Dom Pedrito foram as autoridades que perceberam o engodo e promoveram as medidas necessárias para garantir a saúde ocular e o correto atendimento da população”, declarou.

Redação

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