Desde o mês de agosto que o IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, de São Paulo (SP), iniciou uma nova especialidade para todos os pacientes internados, a equipe de especialistas no controle da dor. Com atuação nas internações e em ambulatório para pacientes clínicos e cirúrgicos, em média, 45 pacientes por mês são avaliados pela equipe (uma média de quatro visitas por paciente). Os pacientes cirúrgicos representam a maior demanda da especialidade (69%) e o clínico 31%.
Coordenados pelo Professor Hazem A. Ashmawi, livre-docente em Anestesiologia pela Faculdade de Medicina da USP, e pela Dra. Cláudia Palmeira, Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP, a Equipe de Controle da Dor do IBCC já contribui de forma essencial para os pacientes em tratamento do câncer. A equipe multidisciplinar também tem atuação de destaque, além enfermagem com papel essencial, por realizar o manejo da bomba de PCA, manejo e cuidados com cateter de peridural, escalas de avaliação da dor e das reações medicamentosas adversas.
Com enfermeira dedicada à equipe, todos os pacientes que passam por atendimento no IBCC, quando há sinalização do médico para acionar a equipe de dor, é iniciada a intervenção precoce. Michele Lima, é enfermeira especialista em oncologia dedicada à essa atuação, segundo ela, percebe os resultados no dia a dia. “Desde que iniciamos com a equipe, percebemos como sabemos lidar pouco com a dor, porque cada paciente expressa e manifesta de uma forma diferente e quando temos uma equipe especializada passamos a revisar todo o protocolo para uma atuação completa e percebemos diariamente a melhora”, destaca.
Com a incorporação de tecnologia, a bomba de PCA, responsável pela infusão controlada da analgesia, dá ao paciente a possibilidade de comandar e realizar a auto injeção de uma determinada droga, em volumes e tempo pré-programados pela equipe multidisciplinar de controle da dor com total segurança. Dos 45 pacientes que são avaliados pela equipe da dor, 31% utilizam a bomba de PCA. “A dor faz parte da realidade diária da maioria das pessoas é importante que seja discutida essa questão, pois faz parte de um sintoma, geralmente resultado de diferentes quadros clínicos”, afirma a dra. Cláudia Palmeira, uma das coordenadoras da equipe.
Nesses primeiros meses foram identificadas uma redução de 75% da dor no paciente clínico e em 67% no paciente cirúrgico. A medição da dor é realizada por escalas que avaliam, normalmente, a intensidade da dor. As escalas avaliam outros componentes da dor além da intensidade, como interferência no trabalho, nas relações pessoais, no sono, no humor, nas atividades diárias, entre outros.