Clínicas médicas e odontológicas: comprar ou alugar o consultório?

Muitos investidores e gestores que atuam no ramo da medicina enfrentam dilemas ao abrir uma nova unidade, principalmente relacionados à compra ou aluguel do imóvel em que a nova operação irá funcionar.

Para Éber Feltrim, especialista e consultor de negócios na área da saúde e CEO da SIS Consultoria, o primeiro passo para efetivar a escolha é uma análise detalhada de alguns fatores. “Fazer uma análise SWOT do negócio é de extrema importância, afinal ela pondera pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças que podem afetar o negócio. Após essa análise, é necessário olhar a viabilidade técnica e financeira do empreendimento, como o tempo de retorno do dinheiro investido, se quem está montando esse consultório tem o capital para comprar ou alugar todos os equipamentos da clínica, além dos custos da operação e aluguel do imóvel”, relata.

Também é importante analisar a viabilidade técnica do local do empreendimento. “Se a busca por um imóvel está acontecendo, é porque alguém já escolheu o tamanho da estrutura, a quantidade de salas de atendimento, a logística de atendimento dentro da clínica, como a posição da recepção, da central de materiais e consultórios. Tudo isso deve estar alinhado com o seu plano estratégico de negócio”, pontua o consultor.

De acordo com o especialista, o conceito de coworking pode ser uma opção para os profissionais da área da saúde. “Esse modelo onde o empresário aluga consultórios por um determinado período de tempo, exige que gestores analisem o tamanho da cidade, as concorrências e se existe essa demanda no mercado da região que a clínica será implantada. O investidor faz todo o gerenciamento e gestão do negócio, entregando o consultório prontinho e equipado aos médicos e dentistas, que podem atender seus pacientes naquele ambiente com toda a estrutura necessária”, revela.

Para Feltrim, é importante estar atento a alguns pontos e ter cautela antes de tirar o projeto do papel. “Avalie se o preço pedido de aluguel e condomínio são coerentes com o mercado daquela região. Pois, em muitos casos, o aluguel é atrativo, mas o condomínio é exageradamente alto e impacta negativamente nas finanças do consultório. É importante ter uma reserva financeira para imprevistos, além de contratar um seguro para proteger os equipamentos e até mesmo o imóvel alugado de eventualidades como incêndios ou roubos. Um advogado especializado em questões empresariais pode auxiliar nesse sentido”, alerta.

Essa solução pode ser ideal para profissionais da saúde que não podem investir em um consultório próprio, mas é necessário observar alguns aspectos antes de efetivar o contrato. “A gestão do negócio e dos equipamentos é de responsabilidade daquele que vai operar o local, então é importante analisar quais as condições desses equipamentos no momento que o aluguel do consultório está sendo fechado. Veja se os instrumentos estão em plenas condições de uso e preste muita atenção em seu nível de desgaste, pois isso pode evitar dores de cabeça com manutenção ou até mesmo a troca de equipamentos no futuro”, finaliza o CEO da SIS Consultoria.

Redação

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