Consulta pública avalia ampliar acesso para pacientes com câncer de próstata

Apesar de o câncer de próstata ser o segundo mais comum entre homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, muitos pacientes ainda não têm acesso a tratamentos direcionados para as fases mais tardias da doença, quando pode ocorrer a resistência aos tratamentos hormonais e/ou o aparecimento de metástases, tanto no SUS como nos planos de saúde. Entretanto, desde o dia 8 de outubro, foi aberta uma consulta pública para que a sociedade civil possa opinar sobre a inclusão da enzalutamida e de outras 185 drogas no rol de medicamentos de cobertura obrigatória pelos planos de saúde. Esse processo é realizado pela ANS apenas a cada dois anos.

A enzalutamida é um inibidor do receptor de andrógeno indicado para diferentes fases do tratamento do câncer de próstata avançado. A consulta pública aberta pela ANS contemplará a utilização da droga em casos de câncer de próstata resistente à castração não metastático (CPRCnm). Na fase inicial da doença o paciente pode ser tratado com cirurgia ou radioterapia, porém nas fases mais avançadas, como é o caso de pacientes com CPRC não metastático, a quimioterapia e os medicamentos orais se tornam parte do tratamento.

O estudo PROSPER mostrou que em homens com CPRCnm e rápida duplicação do PSA (mediana de 3,7 meses), a enzalutamida resultou em uma redução clínica e estatisticamente significativa de 71% no risco relativo de desenvolver câncer de próstata resistente à castração metastático (CPRCm). A atualização do estudo, apresentada no Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica de 2020 (ASCO) e publicado no New England Journal of Medicine, mostrou que a sobrevida global mediana de homens com CPRC não metastático que receberam enzalutamida foi de 67,0 meses (HR 0,73, p= 0,001), demonstrando grande benefício clínico para esse perfil de pacientes.

“Os homens com CPRC não metastático que possuem um nível de PSA rapidamente ascendente apresentam maior risco de evoluir para o CPRC metastático. O PSA é um dos principais indicadores utilizados para o diagnóstico do avanço da doença”, afirma Roberto Soler, Diretor Médico da Astellas Farma Brasil.  

Outro fator importante para os pacientes é a questão de que se trata de uma medicação oral. “Por se tratar de uma terapia oral, a enzalutamida é mais fácil de ser administrada do que a quimioterapia que necessita de infusão endovenosa, contribuindo na manutenção da qualidade de vida do paciente, especialmente neste momento em que vivemos uma pandemia global e de recomendação de isolamento social”, afirma Soler.

A consulta pública está aberta no site www.ans.gov.br/participacao-da-sociedade/consultas-e-participacoes-publicas, com o N⁰ UAT 245 e sob o nome “ENZALUTAMIDA_PRÓSTATA”, consulta número 81.

Redação

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