Internada desde o dia 8 de maio no Hospital e Clínica São Gonçalo (HCSG), na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Manuela Moreira, de 11 anos, travou uma batalha contra a Síndrome Inflamatória (SIM-P) e encontra-se estável.
A SIM-P trata-se de um conjunto de sinais e sintomas desencadeados pelo vírus causador da Covid-19 (Sars-CoV-2). Essas manifestações aparecem, em média, após quatro semanas da infecção – e, normalmente, não estão associadas ao quadro respiratório clássico. Chamam a atenção intercorrências relacionadas à pressão arterial, função renal, função hepática, função cardíaca e até neurológica.
Gabriel Farias da Cruz, gestor da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do HCSG, explica que, na estabilização do caso, foram realizados na paciente procedimentos como a identificação dos sintomas e diagnóstico precoce da condição clínica, ventilação mecânica não invasiva e imunoglobulina; bem como a utilização de drogas cardiovasculares.
Segundo Gabriel, foi essencial o diagnóstico diferenciado feito pela equipe da Unidade de Terapia Intensiva pediátrica do HCSG, identificando o quadro.
“A paciente, que não possuía comorbidades, iniciou o quadro com manifestações renais e pressóricas, o que poderia levar facilmente ao raciocínio de indexação no trato urinário. Com isso, o tratamento pôde ser estabelecido precocemente, conseguindo respostas mais satisfatórias e evitando que a paciente fosse submetida a procedimentos mais invasivos, como ventilação mecânica invasiva e coma induzido, por exemplo”, esclarece.
Cintia Moreira, mãe de Manuela, relata o momento em que evidenciou que a filha apresentava um sintoma diferenciado, sendo necessário, de fato, levá-la ao hospital.
“A Manuela sempre foi uma criança saudável, nunca tendo apresentado grandes problemas de saúde, e, quando demonstrou o quadro de febre persistente, eu a levei na emergência do HCSG, onde foram feitos os devidos exames e constataram que ela teria que ser encaminhada à UTI por conta da síndrome inflamatória da Covid-19, a qual Manuela teve um mês atrás. Fiquei estarrecida, pois não tinha conhecimento desses casos vêm ocorrendo. Porém, graças aos médicos e à nossa fé, tudo foi resolvido e hoje minha filha encontra-se curada, precisando, claro, de acompanhamentos. Porém o pior já passou”, diz.
De acordo com Cintia, a dedicação e o profissionalismo da equipe médica foi fator essencial para a reversão e estabilidade do quadro de saúde da filha: “Tudo foi evoluindo positivamente, foram sendo usados as medicações corretas, os equipamentos adequados e realizado um acompanhamento contínuo, 24 horas por dia. Não foi fácil uma mãe ver uma filha saudável, de repente, ir parar em uma cama, prostrada, inchada e sem poder se mexer. Aí foi acreditar realmente no trabalho dos médicos”, afirma.