Custo das principais doenças crônicas no Brasil é de R$ 3,45 bilhões, sem considerar Covid-19

O custo da hipertensão, diabetes e obesidades chegou a R$ 3,45 bilhões em 2018 no sistema público de saúde brasileiro, segundo estudo publicado no Pan American Journal of Public Health. Desse total, 59% foram investidos no tratamento da hipertensão, 30% no do diabetes e 11% no da obesidade.

Os dados foram obtidos nos sistemas de informação do SUS (Sistema Único de Saúde): SAI (Sistema de Informações Ambulatoriais) e SIH (Sistema de Informações Hospitalares).

Hoje, estima-se que 4% da população brasileira seja portadora de doenças crônicas graves. São cerca de 9,6 milhões de pessoas, que constituem um dos principais grupos de risco da Covid-19, o novo coronavírus. Seu tratamento gera custos elevados mesmo em situações normais, mas a tecnologia pode ajudar a diminuir este impacto.

É o que mostra a experiência da startup PGS Medical, responsável pelo desenvolvimento de uma plataforma de gestão do cuidado que diminui em até 78% o custo do atendimento de cada paciente no SUS.

O projeto-piloto da plataforma funciona na cidade de Penedo (AL) desde 2018 e viabilizou o Programa Redenção, em parceria com a Prefeitura do Município.

“A plataforma identifica os pacientes crônicos, classifica segundo o grau e risco e planeja, de forma automatizada, todo o atendimento. Eles passam a ser contatados periodicamente pelas equipes de saúde, têm consultas e visitas de acompanhamento”, explica Wagner Marques, diretor da PGS Medical.

Com o acompanhamento, a continuidade do tratamento é garantida e os índices de saúde melhoram, evitando complicações e visitas de emergência às unidades da saúde.

Essa economia possibilita a realização de mais atendimentos e investimentos em outros serviços. “A economia em saúde que obtivemos com os pacientes crônicos permitirá investimentos na atenção básica”, ressalta Marcius Beltrão, prefeito de Penedo.

No Brasil, as chamadas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) foram responsáveis, em 2016, por 72% do total de mortes. Entre as doenças que mais afetam a população estão as doenças cardiovasculares (32%), câncer (15%) e o diabetes (5%), de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Portadores de doenças crônicas também estão entre os pacientes com maior risco de complicações e morte pelo novo coronavírus. Segundo um estudo publicado no British Medical Journal (BMJ), feito com base em dados coletados na China, 48% dos falecidos por covid-19 tinha pressão alta, ante 24% dos que se recuperaram. No caso do diabetes, 21% dos falecidos apresentavam a doença.

Parceria público-privada

Em Penedo (AL), onde a PGS Medical deu início ao projeto, de setembro de 2018 a março de 2019, a média mensal de atendimentos de pacientes assistidos no município caiu 90% e a média de internações caiu 66% com o uso da plataforma.

A plataforma da PGS Medical é resultado de uma encomenda de tecnologia, realizada pelo município de Penedo, para uso no Sistema Único de Saúde (SUS). Ela permitiu a instalação de um Centro Altamente Resolutivo (CAR) de doenças crônicas para servir o município e suas equipes de saúde.

O centro possibilita um maior controle e monitoramento de pacientes atendidos dentro da UPA e nas Unidades de Emergência, centralizando o atendimento dos doentes crônicos, que passaram a receber uma atenção especial e acompanhamento periódico.

A melhora na percepção de qualidade de vida dos pacientes atendidos foi de 33,3%. A redução de peso entre os pacientes atendidos, em média, foi de 3,4%, a redução da pressão arterial foi de 8%, a redução da glicemia foi de 32,02% e a redução do IMC foi de 3%.

“A tecnologia permite ainda que os gestores acompanhem os resultados obtidos pelo município com a gestão de saúde”, explica o diretor da PGS Medical, Wagner Marques.

Redação

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