Em meio a grandes desafios, especialmente impostos pela pandemia Covid-19, os hemocentros brasileiros comemoraram o Dia Nacional do Doador de Sangue na quinta-feira (25). Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2019 foram realizadas cerca de 3,3 milhões de coletas de sangue no país. No ano passado, foram menos de 3 milhões, uma redução de quase 10%. Em Jundiaí (SP), a Colsan é um dos principais hemocentros da região e grande parceiro do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), que é referência para atendimentos de alta complexidade em cardiologia, neurologia, traumatologia/ortopedia, oncologia e urgência e emergência para cerca de 900 mil habitantes. Atualmente os estoques estão 20% abaixo da média habitual.
Em média o HSV consome 1.200 bolsas de sangue ao mês, o que exige que pelo menos 1.200 pessoas estejam dispostas a fazer a doação a cada 30 dias. O intervalo entre uma doação e outra é de 90 dias para mulheres e 60 dias para homens, ou seja, a mesma pessoa não pode doar todo mês. Cada bolsa tem cerca de 450 ml de sangue. Com isso, os esforços para a conscientização da importância deste gesto não podem parar.
O médico hematologista do HSV e gerente médico da Colsan, Dr. João Augusto Fernandes Gonçalves, explica que a redução nos estoques se deve a dois fatores. “Neste momento percebemos um maior número de internações e de realização de cirurgias de grande porte, associados ao fato de um não retorno à doação regular de sangue”.
Segundo ele, o sangue doado é utilizado em diversas situações. “Pode salvar a vida de pessoas que se submetem a tratamentos e intervenções médicas de grande porte e complexidade, tais como cirurgias, traumas, transfusões, procedimentos oncológicos e outras situações”, destaca.
Com a pandemia, muitas dúvidas surgiram em torno da doação. Porém, Dr. Gonçalves explica que o gesto, além de solidário, é totalmente seguro. “Todos os protocolos de segurança estão sendo seguidos. As doações podem ser agendadas por meio do aplicativo ‘Colsan – Doe Sangue, Doe Vida’, disponível nas lojas de aplicativos on-line. No ambiente físico, sinalizamos o distanciamento e reforçamos as práticas de higienização, com frascos de álcool gel em vários locais e a obrigatoriedade do uso de máscara”, explica.
Quanto às dúvidas mais comuns, principalmente relacionadas à Covid-19, o médico explica que a doação de sangue não compromete a imunidade e que as pessoas que tiveram a doença podem doar, desde que seja respeitado o intervalo de 30 dias após o fim dos sintomas. Quem teve contato com pessoas diagnosticadas ou suspeitas para Covid-19, devem esperar o intervalo de 14 dias.
Critérios para doação
A doação é criteriosa. Primeiro é realizada a identificação do doador de sangue, onde ele apresenta documentação com foto, seguido da triagem clínica hematológica para certificar-se de que o doador não possui anemia. Além da pressão, é verificada a frequência cardíaca, a temperatura e por fim, é realizada uma entrevista clínica, onde perguntas são feitas para saber se a pessoa possui algum comportamento de risco ou comorbidades que a impeçam de doar sangue. Para iniciar o procedimento o doador também precisa estar alimentado.
A idade para realizar a doação é dos 16 aos 69 anos, sendo que menores de 18 anos precisam estar acompanhados do responsável para assinar os documentos necessários. O doador deve pesar mais de 51 quilos, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação. Em situações de risco acrescido a doação não será autorizada. A doação de sangue é um procedimento seguro e saudável, não causa nenhum risco.
Os interessados devem procurar a Colsan, localizada na Rua 15 de Novembro, nº 1498. O telefone para contato é (11) 4521-4025.