Dia Mundial da Obesidade: entidades discutem inclusão de novas técnicas de cirurgia bariátrica

A possibilidade de ampliar o número de técnicas de cirurgia bariátrica realizadas no país está sendo discutida, pela primeira vez, com a participação de entidades médicas e cirurgiões. O Fórum de Cirurgias Emergentes, evento coordenado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica (SBCBM) e que aconteceu neste sábado (9), em São Paulo, debateu três novas técnicas já regulamentadas em outros países, mas ainda não aprovadas no Brasil.

“A inclusão de novas técnicas vem ao encontro com o atual momento que estamos vivendo, tendo em vista que 52% dos brasileiros declararam ter engordado na pandemia e a obesidade e doenças associada a ela aumentaram. Aliado a isso, houve uma redução no número de cirurgias bariátricas em 2020, aumentando ainda mais o tempo de espera dos pacientes que buscam o SUS para o tratamento cirúrgico da obesidade”, afirma o presidente da SBCBM, Fábio Viegas.

Números – Para que se tenha ideia o número de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS caiu em 69,9% em um ano, saindo de 12.568 em 2019, para 3.772 em 2020. Em 2021, até o mês de julho, foram realizadas 990 cirurgias pelo Sistema Único de Saúde. A realização de cirurgias pelos planos de saúde também caiu 11,9%, saindo de 52.599 procedimentos realizado em 2019, para 46.419 cirurgias em 2020.

Em contrapartida, a recente pesquisa Diet & Health Under Covid-19, que entrevistou 22 mil pessoas de 30 países, identificou que foram os brasileiros os que mais ganharam peso durante a pandemia de Covid-19. Aqui, cerca de 52% dos entrevistados declararam ter engordado. A média global é de apenas 31%. Ainda segundo a pesquisa, os brasileiros ganharam, em média, cerca de 6,5 quilos neste período.

Novas técnicas – Os procedimentos, que possuem estudos e resultados sobre eficácia, e serão debatidos no Fórum de Cirurgias Emergentes são a cirurgia Duodenal Switch de Anastomose Única – também conhecida como SADS (sigla em inglês: Single – Anastomosis Duodenal Switch); a cirurgia OAGB (sigla em inglês: One Anastomosis Gastric Bypass) e a Bipartição Trânsito Intestinal, também conhecida como Interposição Ileal.

Os resultados obtidos com cirurgia metabólica – técnica exclusiva para o tratamento de Diabetes Tipo 2, mas que já possui aprovação do CFM desde 2017 – também serão apresentados no Fórum.

Técnicas em desuso – Hoje no Brasil são realizadas com autorização do Conselho Federal de Medicina 5 técnicas cirúrgicas para o tratamento da obesidade: o by-pass gástrico, a gastrectomia vertical, duodenal switch, banda gástrica e a cirurgia de scopinaro.

Destas, duas já estão em desuso – a banda gástrica e a scopinaro – devido a evolução das demais técnicas e dos desfechos constatados.

O presidente da SBCBM, Fábio Viegas, explica que o debate sobre a inclusão de novas técnicas cirúrgicas é fundamental para atender a individualidade de cada paciente. “As técnicas mais realizadas no momento são sleeve e by-pass e, ao mesmo tempo, temos pacientes com diferentes perfis, diferentes tipos de comorbidades, idade e perfil metabólico diferentes também. Estes motivos nos levam a crer que os cirurgiões precisam ter outras técnicas aprovadas para aplicá-las de acordo com a individualidade de cada paciente”, completa o presidente da SBCBM.

O objetivo do Fórum é levar ao Conselho Federal de Medicina (CFM) a possibilidade de revisar e ampliar o escopo de cirurgias bariátricas que são autorizadas no Brasil.

Participam do Fórum de Cirurgias Emergentes – que também será transmitido online pelo endereço eventos.net/FSCE representantes do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).

Redação

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