Segundo os últimos dados do IBGE (2018), o Brasil tem mais de 28 milhões de idosos, lembrando que são considerados idosos as pessoas com mais de 60 anos. Este número representa aproximadamente 13% da população do país. A mesma pesquisa ainda mostra que este percentual tende a dobrar nas próximas décadas. E foi pensando no bem-estar do idoso que o Hospital Santa Cruz, de Curitiba (PR), lançou um projeto pioneiro no sul do país chamado Santa Cruz Sênior.
Para agilizar, facilitar e simplificar a rotina de tratamento dos idosos e suas famílias, o programa oferece uma avaliação completa em um único dia (atendimento integral, multidisciplinar e interdisciplinar) com geriatras, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, dentistas, entre outros.
“Desta forma, iniciamos uma avaliação global de cada paciente, de modo a melhorar a qualidade de vida de forma individualizada, de acordo com a necessidade de cada um. Nosso objetivo é auxiliar no envelhecimento de forma saudável”, explica a Dra. Patricia Westphal Marchiori, médica geriatra do programa Santa Cruz Sênior.
O programa já está em pleno funcionamento e para participar, o requisito básico é ter 60 anos ou mais e convênio atendido pelo hospital. “Os cuidados com os pacientes são personalizados, levando sempre em conta os aspectos físicos, sociais e emocionais de cada um e de seus familiares. Queremos proporcionar uma avaliação geral, e dar atenção especial para doenças que são mais normais após os 60 anos, como é o caso das alterações de memória e até a doença de Alzheimer. Faremos tudo que for necessário para que o paciente tenha uma rotina tranquila e o mais saudável possível”, pontua a Dra. Patricia.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil, 100 mil novos casos de Alzheimer são diagnosticados por ano. No mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas. Segundo estimativa da Alzheimer’s Disease International (ADI), os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050, por causa do envelhecimento da população.
Para a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), o mês de setembro, assim como o Dia do Idoso (1 de outubro) é uma oportunidade para sensibilizar a população, o governo, as entidades públicas e privadas de saúde, além dos profissionais da área sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do cuidado que deve ser ofertado. Bem como o apoio e o suporte necessário para os familiares e cuidadores das pessoas que convivem com a doença.
De acordo com a Coordenadora da Neurologia do Hospital Santa Cruz, Dra. Ana Carolina Dalmônico, o Alzheimer é uma condição neurológica que ocasiona progressivo declínio cognitivo. “Com o passar do tempo, podem surgir também sintomas de alteração do humor, como apatia e até agressividade, bem como dificuldades para a locomoção. Atualmente, esta doença é a principal causa de alteração de memória – que denominamos de demência – na população acima de 65 anos”, destaca.
Os pacientes com Alzheimer podem demorar anos para saberem que têm a doença, pois alguns de seus sintomas, como a perda de memória e o raciocínio lento, podem ser interpretados pelos parentes ou cuidadores como consequências normais do envelhecimento.
“É importante que, ao surgirem os primeiros sintomas, o paciente passe por uma avaliação neurológica, pois se iniciado precocemente, o tratamento garantirá uma boa qualidade de vida por longo tempo. O diagnóstico é feito com avaliação neurológica detalhada, testes de memória, exame físico e exames de imagem. É muito importante a presença do familiar que tem a convivência mais próxima do paciente para a adequada coleta das informações na consulta inicial”, afirma a Dra. Ana Carolina.