Dia Mundial do Diabetes: doença pode ser tratada com apoio da telemedicina

No próximo dia 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, idealizado para combater um problema que atinge 463 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo a última edição do Atlas de Diabetes da International Diabetes Federation (IDF). No Brasil, 13 milhões convivem com o problema, o que representa 6,2% da população brasileira, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma importante aliada para ajudar a combater essa enfermidade é a telemedicina, que cresceu 316% durante a pandemia, como mostrou uma pesquisa da consultoria de Saúde Mercer Marsh.

O mesmo estudo revelou que 4 milhões de pessoas deixaram de ir aos hospitais e clínicas para se consultar virtualmente desde o ano passado. Isso reforça que a área da saúde tem avançado rapidamente e a transformação digital do setor já é uma realidade. Aplicativos, o uso de Inteligência Artificial e a telemedicina são hoje suportes fundamentais para médicos e pacientes, no tratamento de diversas comorbidades, que como a diabetes precisam de um acompanhamento recorrente que, em algumas ocasiões dura pelo resto da vida.

Ou seja, a tecnologia estará cada vez mais presente no atendimento médico, uma vez que de certa forma acelera o diagnóstico, garante um acompanhamento à distância e ainda indica os melhores caminhos para tratar a doença, sem abrir mão das consultas presenciais e exames laboratoriais, dependendo do caso. Segundo a International Data Corporation (IDC- 11-2020), o investimento em tecnologias no setor de saúde na América Latina deve atingir US$ 1.931 milhões até 2022, ou seja, 10 bilhões de reais.

No caso da diabetes, todo o primeiro atendimento e acompanhamento periódico pode ser feito por meio da telemedicina, conduzida por um clínico geral, endocrinologista ou pediatra, responsáveis pela solicitação de exames e continuidade do tratamento.

“Hoje, é possível obter atendimento online com vários médicos, que conseguem diagnosticar e passar o tratamento adequado e humanizado. Dessa forma, o paciente conseguirá ter uma qualidade de vida melhor e evitar problemas mais graves com os sintomas silenciosos do diabetes”, explica Dra. Simone Matsuda, endocrinologista e parceira da Kompa Saúde, healthtech focada em tornar a medicina de qualidade mais acessível para a população.

Diabetes precisa ser diagnosticada rapidamente para evitar uma piora do quadro

De acordo com a médica, é importante ficar atento aos sinais e sintomas do diabetes, que são silenciosos e podem se tornar graves. Por isso, é importante buscar uma ajuda médica rapidamente. Nesse contexto, uma das opções para agilizar todo o processo é a telemedicina.

“É importante que os sintomas de diabetes sejam identificados no começo, assim o tratamento será iniciado e irá prevenir as complicações da doença. Em casos mais graves que não são tratados, ocorre a dificuldade para enxergar, formigamento pelo nas extremidades do corpo , dores, problemas renais, má circulação e muitos outros problemas. Então, não espere muito tempo para buscar o auxílio médico. Caso tenha problemas de deslocamento, procure uma opção de consulta via telemedicina, na qual um médico credenciado vai fazer toda a triagem e dar início ao tratamento”, explica.

Entre os sintomas, destacam-se: muita sede, boca seca, dificuldade para cicatrização de feridas, escurecimento no pescoço, axila e outras partes, câimbra ou formigamento nos membros, infecções fúngicas, muita fome, irritabilidade ou falta de disposição, emagrecimento repentino, entre outros.

Mundo atinge em 2020 a meta para 2030 no número de pessoas com diabetes e obesidade segue sendo a maior causa

O mundo atingiu, em 2020, a meta prevista para 2030 no número de pessoas com diabetes. Nos dois últimos anos o aumento foi de 16%, segundo dados preliminares que integram o novo Atlas do Diabetes, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes. Atualmente a doença já atinge 537 milhões de adultos, com idades entre 20 e 79 anos, sendo 32 milhões nas Américas do Sul e Central. A previsão é que esse número aumente para 643 milhões em 2030 e 784 milhões em 2045.

“Em 90% dos casos, o diabetes se manifesta como o Tipo 2, que está relacionado ao sobrepeso, obesidade e maus hábitos de vida”, afirma o médico endocrinologista e presidente da SBD-PR (Sociedade Brasileira de Diabetes/Paraná), André Vianna.

O novo Atlas do Diabetes será lançado oficialmente no dia 06 de dezembro. Ainda de acordo com o Atlas, 81% dos adultos com diabetes vivem em países com baixa e média renda.

No domingo, dia 14 de novembro, é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, com o objetivo de incentivar o diagnóstico e tratamento precoce.

Obesidade x diabetes tipo 2 – Outra constatação recente foi que a perda de peso de 15% ou mais deve se tornar um foco central de gerenciamento do diabetes tipo 2 (T2D), uma vez que pode reverter as anormalidades metabólicas da doença e melhorar o controle da glicemia. A informação está no estudo publicado no The Lancet e apresentado na Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD).

O estudo avaliou uma intervenção intensiva de estilo de vida em pacientes com sobrepeso ou obesidade e que desenvolveram o diabetes tipo 2 há menos de 6 anos. Como resultado, foi identificada a remissão da doença em 70% daqueles que perderam 15kg ou mais (com peso médio de 100 kg).

O médico endocrinologista André Vianna, também presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes no Paraná (SBDPR), ressalta que a obesidade é um dos maiores fatores de risco para o Diabetes Tipo 2.

“A redução da obesidade e medidas de prevenção e controle ​​são eficazes e muito mais econômicas para os sistemas de saúde, tendo em vista os custos que representam o tratamento de pessoas com o avanço da doença e o conjunto de complicações que podem vir com a condição”, ressalta.

Ele reforça que a maioria dos pacientes, entre 40% e 70%, com diabetes tipo 2 terá uma ou mais características de resistência à insulina, o que significa que a doença é provavelmente impulsionada pelo aumento da gordura corporal, pressão alta e doença hepática gordurosa.

Números – Cerca de 16 milhões de brasileiros vivem com diabetes no país, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF) e mais de 90% dos pacientes apresentam o diabetes do tipo 2, condição diretamente relacionada ao acúmulo de gordura corporal. No mês de conscientização sobre a doença, conhecido como Novembro Diabetes Azul, profissionais da área da saúde reforçam a importância de uma alimentação saudável, tanto para controlar o diabetes, quanto para evitar a doença.

André Vianna explica que o diabetes se manifesta quando o pâncreas não produz mais insulina em quantidade suficiente, hormônio que controla o nível de glicose no sangue. Segundo ele, essa carência acontece de acordo com o tipo de diabetes. “Quando o paciente é diagnosticado com diabetes tipo 1, há uma questão hereditária, e normalmente a pessoa é diagnosticada ainda na infância. Já o tipo 2 é uma consequência da obesidade e sedentarismo, por isso o alerta para hábitos saudáveis”, afirma.

Segundo ele, a prevenção do diabetes tipo 2 deve ser baseada em uma dieta saudável e consciente e na prática de atividades físicas. Já no caso dos pacientes com diabetes tipo 1, que não têm problemas com sobrepeso, a tarefa fica na contagem de carboidratos.

Complicações – O diabetes pode resultar em graves complicações como cegueira e amputações, quando não acompanhado e controlado corretamente. Para manter a qualidade de vida mesmo com diabetes, a orientação é fazer acompanhamento regular com um médico endocrinologista e nutricionista para auxiliar no controle da doença.

Redação

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