Droga aprovada pela Anvisa melhora qualidade de vida de pacientes em tratamento do câncer de mama

O câncer de mama já se tornou o mais comum no mundo entre as mulheres e para as pacientes que enfrentam um tipo específico da doença que pode crescer e se disseminar mais rápido, o HER2 positivo, o desafio é maior. Mas, a partir de agora elas ganharam um aliado nessa jornada. A Anvisa acaba de aprovar o medicamento Trastuzumabe-Deruxtecan, uma nova terapia biológica para o tratamento do câncer de mama metastático HER2 positivo.

De acordo com o coordenador do Serviço de Mastologia e Pesquisa Clínica do Hospital Conceição e Diretor da Sociedade Brasileira de Mastologia, Dr. José Luiz Pedrini, o HER2 positivo é um tipo mais agressivo do câncer de mama e que incide em 20% das mulheres. “Esse medicamento traz uma nova esperança para aquelas mulheres que têm a doença, as que têm o retorno da doença após o tratamento inicial e para a aquelas que já realizaram inúmeros tratamentos sem sucesso”, afirma Pedrini.

Ele explica que a droga é um combo de uma vacina carregada com um quimioterápico chamado deruxtecan que, somado ao trastuzumabe, se gruda na célula doente e a destrói. E o melhor: os efeitos colaterais são bem controlados, fazendo com que a mulher tenha uma melhor qualidade de vida com menos reações adversas, como, por exemplo, menor queda dos cabelos e menos dores no corpo, cansaço e toxicidade geral que, por vezes, a impede de continuar o tratamento”, explica o mastologista.

Antes de realizar a nova terapia, a paciente deve passar por exames de rotina e só depois é ministrara a terapia com a substância Trastuzumabe-Deruxtecan a cada 21 dias, por tempo indeterminado. Ao todo, o procedimento leva em média 30 minutos.

No Hospital Conceição, 16 mulheres fizeram parte do estudo da nova terapia e nessa primeira fase a medicação foi testada em pacientes com doença metastática. “O resultado foi animador, já que algumas já tinham feito mais de oito tipos diferentes de tratamentos químicos com recaídas e agora com esse medicamento houve redução de até 70% da doença. Os resultados mostram que esse tratamento respondeu melhor e é menos tóxico”, ressalta o mastologista.

Agora o estudo começa a ser feito em pacientes antes e depois de cirurgias da retirada do câncer. Um grande passo em favor da paciente”, destaca o médico, acrescentando que o resultado foi tão surpreendente que esteve acima da expectativa dos cientistas.

Ele lembra que novos estudos já foram iniciados com outros tipos de câncer de mama. “É o maior impacto já visto neste tipo de doença, sinalizando novos caminhos no entendimento dela. Novos rumos”, conclui o Dr. Pedrini.

Redação

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