33,06% dos médicos brasileiros estão com depressão e 28,26% dos enfermeiros também foram diagnosticados. Esses dados são PEBMED (Instituição de Pesquisa Médica e Serviços Tecnológicos da Área da Saúde). Estes números são de setembro de 2020 e tem forte ligação com a pandemia.
Uma das médicas brasileiras que está na linha de frente contra a Covid-19 é a Dra. Clarice Costa. Ela atuou em um dos Hospitais de Campanha do Rio de Janeiro e ainda atua em duas UTIs do estado, vivenciando de perto amigos e conhecidos médicos entrando em depressão na pandemia. Vendo o estado de saúde dos médicos, as UTIs superlotadas, e a dificuldade de gestão de informações, em setembro de 2020, após 7 meses do início da pandemia, Dra. Clarice conseguiu lançar o Roundover, aplicativo que permite que o médico intensivista “alimente” o histórico do paciente à beira leito e possa consultá-lo de onde estiver, além de facilitar a comunicação entre os membros da equipe, evitando, portanto, a perda de informações importantes para o cuidado do paciente grave.
Três meses depois, em dezembro de 2020, o Reino Unido foi o primeiro país a aprovar o imunizante da Pfizer contra a Covid-19. A criação da vacina só foi possível graças à cientista Katalin Karikó que lutou por três décadas para financiar as suas pesquisas.
Dra. Clarice Costa, de apenas 44 anos, e com 16 anos de experiência em UTI criou a ferramenta que proporciona a UTI na palma da mão, facilitando o trabalho e aumentando a performance da equipe médica.
Para Edward Tenner, especialista em história da tecnologia da Universidade Princeton, nos Estados Unidos: “Todo o desenvolvimento tecnológico tende a deixar os processos mais rápidos”. O que Tenner não contava era que essas criações tecnológicas viriam de duas mulheres, uma cientista e uma médica, vindas de países que não tem o histórico de conquistas de mulheres na tecnologia.
“Queria criar algo que fosse útil para toda a equipe médica. O app Roundover facilita o trabalho do médico plantonista, do médico da rotina e do chefe (gestor) da UTI, cada um em suas funções, ou seja, eleva a performance de toda a equipe médica. Inclui cálculos e fórmulas úteis a beira-leito e para análise estatística dos indicadores de qualidade da UTI. O médico responsável pela UTI consegue distribuir melhor as atividades, acompanhar a evolução do paciente, sem perda de dados. Basta o médico responsável pela UTI cadastrar todos os médicos do time no Roundover, que, todos terão acesso às funcionalidades do aplicativo de acordo com a sua função dentro da equipe. Pensando também em segurança, O Roundover disponibiliza um chat para comunicação e discussão de casos em ambiente seguro e profissional”, explica Clarice Costa, que desenvolveu a tecnologia.
Para Arthur Klumb, desenvolvedor da Dynamica Soft, e responsável por uma equipe de mais 4 pessoas que criaram o Roundover sob a orientação da Doutora Clarice, o mais desafiador do desenvolvimento da tecnologia foram os termos médicos. “A Dra. Clarice é detalhista e trouxe a sua vivência para dentro do aplicativo. São 16 anos de história em UTIS e uma pandemia. O bom relacionamento com ela e o foco da nossa equipe no aprendizado desses dados médicos foi essencial para lançarmos o Roundover em menos de 10 meses”, explica Klumb.
Para o desenvolvedor, o mais acessível do aplicativo Roundover é que o médico responsável pela UTI pode melhorar a qualidade de vida do seu time sem a necessidade do aval do hospital, ou seja, é uma ferramenta para facilitar, de fato, o dia a dia dos médicos. “Com uma assinatura, a UTI inteira fica integrada. Se um hospital fosse desenvolver essa tecnologia, o custo seria muito alto e ainda teria que passar pela burocracia de aprovação. O Roundover é uma solução pronta para UTIs, do Brasil todo, e com preço acessível”, explica Klumb sobre o custo e benefício do app.
Tempo para os médicos, saúde mental e salvar vidas
Honoré, autor do livro – In Praise of Slow – que prega a vida mais tranquila afirmou: “Para nós, ocidentais, o tempo é linear e nunca volta. Por isso, queremos ter a sensação de que estamos tirando o máximo dele. E a única solução que encontramos é acelerá-lo. “É um equívoco. A resposta desse dilema é qualidade, não quantidade.” É justamente essa qualidade de tempo que o Roundover oferece aos médicos das UTIs. O médico ao mesmo tempo em que avalia e maneja os pacientes, registra tudo, a beira leito. Essas informações são facilmente acessadas pela equipe médica, em tempo real, facilitando o trabalho da equipe e otimizando tempo e comunicação.
Dados, LGPD e as fraudes hospitalares
A Lei de Proteção de Dados (LGPD) que protege os dados dos indivíduos foi aprovada em 2018, e tem que ser implantada por todas as empresas, incluindo as instituições médicas, até Maio deste ano. Mesmo com essa obrigatoriedade, devido a pandemia, aumentaram o número de pacientes nos hospitais públicos e privados, e nunca houveram tantos vazamentos de dados (abaixo listados) e fraudes hospitalares com familiares dos pacientes internados. Já que os pacientes, com Covid-19, ficam isolados para o tratamento, muitos familiares pensaram que o meio de comunicação entre o hospital e eles seria por telefone e é neste momento que acontecem as fraudes. Os golpistas usam uma linguagem médica para pedir dinheiro para procedimentos médicos que precisam ser feitos nos pacientes internados. Pessoas instruídas caíram no golpe em 2020, e isso continua ocorrendo em 2021.
O aplicativo Roundover foi construído de uma forma que a identificação do paciente e do hospital não são obrigatórias e as senhas de acessos são seletivas, ou seja, os médicos plantonistas só têm acesso aos dados dos pacientes da UTI enquanto estão no plantão. Apenas os chefes das UTIs têm o acesso a todos os dados registrados no aplicativo, protegendo os dados registrados e inibindo as fraudes.
Alguns dados de vazamento de dados dos pacientes em 2020:
• 200 Milhões de Brasileiros do SUS e plano de saúde tiveram os seus históricos de saúde e dados disponíveis expostos por 6 meses em 2020 (a falha foi do Ministério da Saúde);
• Mais de 16 Milhões de pessoas que tiveram casos suspeitos de Covid-19 também tiveram os seus dados violados em 2020.
O Roundover já tem mais de 1000 downloads, com UTIs cadastradas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
Para saber mais sobre o aplicativo e fazer o teste grátis de 30 dias, acesse aqui.
Após o médico encarregado realizar o download do aplicativo e cadastrar sua equipe, Roundover já está apto para uso. Tanto o médico da rotina quanto o médico plantonista já poderão alimentar as informações à beira leito. Lembre-se: basta uma assinatura mensal para todos(a) da equipe terem acesso ao app.