A Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI) acaba de concluir uma pesquisa com associados onde detectou sérios problemas logísticos pelo Brasil por conta da redução da malha aérea e fechamento de fronteiras entre estados. O levantamento concluiu que 75% dos distribuidores e importadores têm vivenciado dificuldades para receber do exterior e entregar para hospitais, clínicas e demais clientes cargas para a saúde. Os problemas inflacionaram os valores com o transporte: na região Norte a média de aumento chegou a 50%, no Nordeste 60%, já na região Centro-Oeste foi de 53% e no Sudeste o maior índice médio apurado: 73%.
“A percepção com os representantes das empresas era muito forte que a crise sanitária do coronavírus tinha impactado também nas remessas de carga para a saúde, essenciais nesse momento, mas os resultados da pesquisa se mostraram ainda mais críticos”, conta o diretor executivo da ABRAIDI, Bruno Bezerra. Associada às dificuldades, as empresas ainda têm se deparado com aumentos absurdos no preço do frete. Daqueles que responderam o questionário, houve aumento médio no custo logístico entre 50% e 100%, e em 14% dos casos, o reajuste foi superior em mais de 100%. “Estamos pleiteando, desde o mês passado, junto ao Ministério da Infraestrutura, um protocolo de priorização para as cargas de saúde, que salvam vidas. Elas precisam ser diferenciadas das demais”, ressalta Bezerra.
“Muitas empresas optaram pelo modal rodoviário para conseguir efetuar as entregas, mesmo com dias de atraso. Outras que insistiram no aéreo precisaram fazer ‘malabarismos’ para entregar suas encomendas. Um caso emblemático foi uma associada de Manaus que embarcou uma carga para São Paulo para depois retornar a região norte e chegar ao destino final que era Macapá”, lembra Bezerra. A carga teve que percorrer mais de 5 mil quilômetros, cinco vezes mais do que a distância entre Manaus e Macapá, se houvesse um voo direto.
Para auxiliar os associados, a ABRAIDI obtém junto a UPS, uma das maiores empresas de logística do mundo, uma colaboração especial na contratação de seus serviços. “Quando vidas estão em risco, as empresas de produtos para a saúde precisam responder à demanda urgente”, disse Bezerra. “Em um esforço para ajudar nossos associados a equilibrar velocidade e custo, a UPS trabalhou em tarifas especiais para remessas domésticas e de exportação. Em tempos como este, estamos felizes em ver que as empresas estão ajudando umas às outras a apoiar as perspectivas para o futuro”, concluiu.