Equipe de esterilização de materiais compartilha como é trabalhar no “coração do hospital”

Quando se pensa num hospital, logo vem à cabeça consultórios, equipes médicas e de enfermagem, leitos, Centro Cirúrgico e outras imagens associadas. Mas pouca gente sabe que existe um setor chamado de Central de Materiais Esterilizados (CME) que faz um trabalho essencial para garantir o sucesso da assistência, redução de taxas de infecção hospitalar e segurança do paciente. Responsável pela esterilização, controle, manutenção e acondicionamento dos principais materiais utilizados em procedimentos cirúrgicos e a beira leito, o setor é considerado o ‘coração dos hospitais’. O trabalho é ainda mais intenso em tempos de pandemia Covid-19, uma vez que novos itens foram incorporados aos estoques do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), em Jundiaí (SP).

Na unidade a equipe chega a higienizar em média 21 mil itens por mês. O processo é impecável e conta com auxílio de equipamentos específicos. Dependendo do material, é feita a pré-lavagem, lavagem oficial em lavadora ultrassônica com água em altas temperaturas, secagem, análise, acondicionamento em embalagem e descanso em autoclave, na qual a temperatura chega a 134 graus. E ainda resfriamento e nova embalagem antes de serem destinados ao uso dos profissionais.

Já o material respiratório, bastante usado na assistência a pacientes Covid-19, possui alguns elementos plásticos, portanto não pode ser aquecido em temperaturas altas, dessa maneira, a higienização é feita em uma máquina termodesinfectadora. A máquina realiza tanto a lavagem, quanto o processo de desinfecção com água em uma temperatura menor. Outro equipamento importante utilizado na instituição é o esterilizador Sterrad, onde são inseridos os materiais mais delicados e que demoram mais tempo para ser utilizados.

“Temos materiais e equipamentos das melhores marcas disponíveis no mercado, além de que todos eles passam por qualificações e manutenções frequentes. Tudo tem que estar perfeito. Nosso cuidado é indireto, mas nossa responsabilidade é a mesma do profissional que está no cuidado direto, medicando, dando banho e alimentando aquele paciente. Nosso trabalho reflete diretamente nessa assistência”, ressalta a supervisora da CME, Elaine Capobianco.

Orgulho

Entre auxiliares e técnicos de enfermagem, atualmente a central conta com 32 colaboradores. O setor funciona 24 horas por dia e a equipe é dividida, tendo como responsabilidade cada uma das etapas do processo.

A técnica de enfermagem Valquíria Farinha, colaboradora do setor há 14 anos, conta que sua contribuição na recuperação dos pacientes é essencial. “Já trabalhei em diversas unidades aqui no São Vicente, adorei todas as experiências, mas sem dúvidas o trabalho aqui na CME é que me dá mais orgulho. Muitas vezes as pessoas não sabem ou entendem como é realizado nosso serviço e, por não termos o contato direto com o paciente, há um certo preconceito dentro da profissão. No entanto, se todos os equipamentos usados por outras equipes não forem submetidos ao nosso setor, podem colocar em risco toda a técnica e cuidado, por isso digo que somos essenciais. Sinto gosto demais de fazer parte dessa equipe”.

Josefa Aparecida Leite, outra técnica de enfermagem, resume. “O começo de tudo é aqui, desde um simples curativo até um procedimento mais delicado e invasivo”, conclui.

Redação

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