Especialistas debatem impactos da alimentação cardioprotetora na prevenção e tratamento da obesidade

Fator de risco para diferentes tipos de doenças, das cardiovasculares ao câncer, a obesidade apresentou nos últimos anos um crescimento significativo no Brasil e no mundo. De acordo com a estimativa da OMS, em 2025, 2,3 bilhões de adultos na população mundial estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30kg/m2.

Enquanto isso, no país, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a proporção de obesos na população acima de 20 anos mais que dobrou entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%. Sendo que, nas mulheres, o índice subiu de 14,5% para 30,2% e, nos homens, de 9,6% para 22,8%, nesse período.

Para falar sobre esse grave problema de saúde pública, os especialistas do HCor – hospital multiespecialista em São Paulo – se reúnem em uma live para debater os impactos da alimentação cardioprotetora na prevenção e no tratamento da obesidade.

Transmitido ao vivo nesta quinta-feira (25), a partir das 19h, no canal do YouTube do hospital (/HospitalHcor), o encontro online ainda conta com a participação de profissionais de nutrição de Brasília, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O debate será organizado em quatro blocos, abordando: o que mudou na saúde e nutrição no Brasil nos últimos anos; as consequências da obesidade para a vida e para a saúde; o preconceito sofrido pelos obesos e os impactos da alimentação saudável e cardioprotetora para prevenir e tratar a obesidade.

“O segredo da alimentação cardioprotetora não é restringir o cardápio, mas, sim, estimular o consumo balanceado de alimentos mais ou menos cardioprotetores. Alguns alimentos promovem maior redução do peso, colesterol e glicemia, enquanto outros, se consumidos em excesso, podem levar ao aumento do colesterol, por exemplo”, explica Ângela Bersch, nutricionista e pesquisadora do maior estudo de nutrição clínica já realizado no Brasil pelo HCor, em parceria com o Ministério da Saúde.

Ainda segundo Ângela, a Alimentação Cardioprotetora foi pensada para orientar a alimentação de acordo com as recomendações nutricionais de diretrizes brasileiras e internacionais, para que haja redução e controle dos fatores de risco de desenvolvimento de doenças do coração.

Dieta cardioprotetora

A Alimentação Cardioprotetora Brasileira foi criada pelo Instituto de Pesquisa e pela equipe de nutrição do HCor, em parceria com o Ministério da Saúde. O modelo do programa é inspirado na Dieta Mediterrânea, que preconiza o consumo de peixes, azeite de oliva e vinho. Mas, por sua vez, a Alimentação Cardioprotetora abrange opções acessíveis à população brasileira, pensando, inclusive, nas diferenças regionais e culturais do país. Assim, o paciente pode comer tudo o que está acostumado na sua região, mas de uma forma balanceada.

Nesse programa, os alimentos são divididos em grupos, de acordo com as cores da bandeira do Brasil. Sendo assim, frutas, verduras, legumes, feijão, leite e iogurte desnatado, por exemplo, estão no grupo verde, a cor mais presente na bandeira. Considerados os alimentos mais cardioprotetores, ou seja, que contêm nutrientes que protegem o coração, como antioxidantes, fibras, vitaminas e minerais, bem como não tem elevada quantidade de calorias, gorduras, sal e açúcar.

Já o grupo amarelo, segunda cor mais presente na bandeira brasileira, reúne alimentos que devem ser consumidos com moderação, por se tratarem de alimentos com mais calorias, mas que fornecem energia para o dia a dia. Estão nesse grupo alimentos como macarrão, pães e óleos.

Por fim, no grupo azul, cor menos presente na bandeira, estão os alimentos que têm mais gordura saturada, colesterol e sódio, e que devem ser consumidos em menor quantidade ao longo do dia. Nele, estão as carnes, ovos, manteiga, queijos e doces caseiros, como pudim e brigadeiro.

Além dos grupos de alimentos cardioprotetores, a Alimentação Cardioprotetora também se alinha com o Guia Alimentar para a População Brasileira, que propõe a divisão dos alimentos de acordo com seu grau de processamento. Dentro dessa classificação temos os alimentos ultraprocessados, que compõe o grupo vermelho (cor ausente da bandeira nacional), caracterizados como produtos alimentícios que passam por uma série de modificações industriais e levam em sua formulação ingredientes como edulcorantes, conservantes e estabilizantes, além de elevadas quantidades de açúcar e sal. O consumo desses alimentos não é recomendado e está associado ao ganho de peso e impactos negativos à saúde a longo prazo.

Redação

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