Modalidade em prática no ambiente hospitalar há algum tempo, a telemedicina ganhou ainda mais projeção com a pandemia da Covid-19, sem dúvida a maior crise sanitária do mundo dos últimos cem anos. Graças a ela, tem sido possível manter o atendimento primário às demais doenças garantindo o distanciamento social.
Para debater seus os benefícios, os desafios e os impactos do uso dessa tecnologia no Brasil durante o enfrentamento da Covid-19 e saber se depois desse momento de crise o recurso continuará presente nos modelos assistenciais, a Anahp reuniu, no último dia 13, especialistas que discutiram sobre ‘Lições da pandemia | A telemedicina veio para ficar?’, sendo que Fernando Silveira Filho, presidente executivo da ABIMED foi um dos convidados.
O moderador Antônio Brito, diretor-executivo da Anahp, recebeu além de Fernando a deputada federal e autora do Projeto de Lei da Telemedicina, Adriana Ventura (Novo/SP); o deputado Hiran Gonçalves (PP/RR), relator do PL; o coordenador do Grupo de Trabalho de Telemedicina da Anahp e gerente médico do Hospital Israelita Albert Einstein, Eduardo Cordioli; e a sócia e líder de Prática da Saúde da Bain & Company, Luiza Mattos.
A deputada Adriana abriu o debate destacando o que a motivou para a criação do projeto de telemedicina e o que se deve esperar no futuro. “Quero favorecer a democratização do acesso. Só temos a ganhar com uma saúde de qualidade. Com relação ao futuro, temos de ouvir as partes e construir uma lei que contemple a todos”, afirmou.
O relator, por sua vez, explicou que ainda são necessários ajustes e, para isso, realizará um grande debate. “Sem dúvida a telemedicina veio para ficar, mas a ideia é melhorar ainda mais. Para isso, vamos fazer um debate amplo e procurar que todos sejam atendidos da melhor maneira possível. Vamos trabalhar para que isso aconteça o mais rápido, com um marco legal para as empresas, médicos e usuários”, detalhou.
Representante da indústria de equipamentos e dispositivos médicos, Fernando Silveira Filho explicou que garantir o acesso é uma das premissas da ABIMED e que, por isso, acredita na necessidade da expansão da telemedicina. “Acreditamos que a tecnologia certa precisa ser levada na hora certa. E a telemedicina tem se mostrado eficiente considerando a amplitude geográfica do país”, afirmou. O executivo ainda ressaltou um segundo ponto a ser considerado: a governança de dados. “Isso é motivo de preocupação, pois precisamos de segurança em garantir a proteção de dados dos pacientes”, completou.
Para Fernando, o sucesso da telemedicina após a pandemia depende também da forma como serão engajados os pacientes. “Campanhas públicas de saúde, mostrando as vantagens da modalidade e que o atendimento básico pode ser melhorado com a telemedicina serão fundamentais. Mas, além do engajamento com as novas tecnologias, os governos precisarão garantir a continuidade do atendimento público presencial”, finalizou.