A situação da pandemia no Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas), que avançou à fase vermelha do Plano São Paulo nesta segunda-feira (12), dá sinais consistentes de melhora, de acordo com análise do Observatório PUC-Campinas. Apesar do aumento no número de mortes, que decorre de infecções adquiridas nas últimas semanas, houve diminuição de 20% das internações, além de queda na fila de espera por leitos de UTI. (VEJA NOTA COMPLETA)
Segundo a nota técnica, foram 1.753 internações entre os dias 4 e 10 de abril, correspondente à 14ª Semana Epidemiológica. A quantidade é 20,39% menor em relação ao período anterior. A fila de espera por leitos intensivos, por sua vez, caiu de 94 para 26 pacientes. De toda forma, as taxas de ocupação permanecem próximas a 100%, refletindo o cenário de gravidade da região.
Para André Giglio Bueno, infectologista e professor de Medicina da PUC-Campinas, tais números trazem esperança por dias melhores, mas não colocam a região em posição de conforto. “Todos nós aprendemos, no decorrer deste ano de pandemia, que não há espaço para relaxamento das medidas de prevenção, e seguimos apreensivos com a possibilidade de novo aumento de casos devido às aglomerações nos feriados do início de abril”, pontua.
Em números absolutos, observou-se aumento percentual de casos e óbitos no período: as novas infecções foram maiores em 8,3% no DRS-Campinas, 1,2% na Região Metropolitana de Campinas (RMC) e 6,4% em Campinas. Em relação às mortes, o crescimento foi de 1,80%, 9,3% e 22,2% na comparação com a última semana epidemiológica. Com o resultado, Campinas segue com maior índice de mortalidade da região: 225 vítimas fatais por 100 mil habitantes.
“A sobrecarga aos serviços de saúde ainda é muito grande. Parte das mortes de março, que vão continuar neste mês de abril, pode ser explicada pelo colapso no sistema de saúde. É importante que a população entenda, portanto, que esse novo momento de flexibilização não é passe livre para se aglomerar”, acrescenta Giglio.
Os dados atualizados da covid-19 nos municípios paulistas, incluindo a RMC, podem ser obtidos no Painel Interativo do Observatório: observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19/.
Economia
No aspecto econômico, o contexto sanitário atual de atraso nas vacinas e ausência de benefícios pagos no ano passado derrubou a previsão do PIB para -0,5% no primeiro trimestre, segundo a Carta de Conjuntura do IPEA. Ainda de acordo com o documento, o PIB deve crescer apenas 3% em 2021. “Isso significa um decrescimento dinâmico descontando-se a herança estatística”, diz o economista Paulo Oliveira.
O especialista, que coordena as análises relativas à Covid-19 pelo Observatório PUC-Campinas, lembra que a vacina, considerada a principal solução para a retomada da atividade econômica, foi aplicada em somente 11,1% da população. Cerca de 4,6% receberam a segunda dose. “Assim, medidas efetivas de proteção do emprego e da renda precisam ser tomadas”, avalia o docente.