A reabilitação de pacientes que sofreram um Acidente Vascular Cerebral (AVC) irá depender de fatores como a área atingida e o tamanho da lesão. As sequelas decorrentes desse quadro clínico variam e por isso exigem tratamentos específicos para cada caso. A fisioterapia neurológica associada à neuromodulação é uma das técnicas que vem sendo utilizada na estimulação cerebral de casos pós-AVC, para a melhora da espasticidade, aprendizado das habilidades motoras e cognitivas.
Trata-se de um método não-doloroso, com mínimos efeitos colaterais (dor de cabeça) que se apresentam em poucos casos e que desparecem nas primeiras sessões. De acordo com a fisioterapeuta e sócia do Centro de Excelência em Recuperação Neurológica (CERNE), de Curitiba (PR), Mariana Carvalho Krueger, a neuromodulação consiste na aplicação de um campo elétrico ou magnético que modifica e modula o sistema nervoso central.
A prática se dá por meio da aplicação de corrente contínua de baixa intensidade sobre o crânio, a qual é capaz de gerar uma neuromodulação da excitabilidade cortical e assim interferir no desempenho de diferentes funções neurológicas, como motoras e sensoriais. Já os efeitos dependem principalmente da polaridade de corrente aplicada, da intensidade, do tempo de aplicação, da área estimulada e da densidade desta corrente.
O procedimento não-invasivo é dividido em duas categorias: Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) e Estimulação Magnética Transcraniana (EMT).
A ETCC consiste na aplicação de correntes contínuas de baixa intensidade (de 1 a 2 mili ampéres) por meio de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo, para aumentar ou inibir a atividade elétrica de determinadas áreas do cérebro e desta forma modular a excitabilidade cortical e assim interferir no desempenho de diferentes funções, com a finalidade de chegar a normalidade desejada. “A técnica é indolor, o paciente sente apenas um leve formigamento no local”, destaca a fisioterapeuta.
Já a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT), utiliza os princípios da indução eletromagnética para produzir correntes iônicas focais no cérebro de indivíduos conscientes. A corrente induzida tem a capacidade de despolarizar neurônios ou modular a atividade neural, demonstrando resultados benéficos na recuperação funcional de pacientes pós-AVC, especialmente com relação aos déficits motores associados ao derrame.
Mariana alerta que a neuromodulação deve ser realizada por profissionais fisioterapeutas e médicos com certificação na formação em estimulação transcraniana e habilitados na técnica pelos seus conselhos profissionais (Crefito e CRM).
Informações: (41) 3092-6366
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