O estudo global NIAID (Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos) forneceu novas informações que corroboraram com dados anteriormente publicados sobre os benefícios do remdesivir para o tratamento de pacientes hospitalizados com Covid-19. Na última semana, foram publicados no New England Journal of Medicine, os resultados de Fase 3 controlados e randomizados que apontam três novas conclusões, cobrindo aproximadamente 1.060 pacientes hospitalizados em todo o mundo.
A primeira evidência comprovada é por pacientes hospitalizados que receberam o medicamento da Gilead e se recuperaram cinco dias mais rápido, em média, e pacientes com doença grave, sete dias mais rápido. Esses pacientes gravemente enfermos representavam 85% da população total do estudo.
A segunda conclusão é que o remdesivir reduziu a probabilidade de pacientes progredirem para estágios mais graves, onde necessitariam de suporte de oxigênio.
E, em terceiro lugar, no maior grupo de pacientes do estudo, aqueles que necessitavam de pouco oxigênio, houve uma redução significativa na mortalidade.
“Acelerar a recuperação de um paciente grave entre cinco e sete dias é de extrema relevância. Isso representa um benefício significativo para uma doença em que cada dia conta. Quanto mais tempo um paciente fica no hospital, maior o risco de contrair uma infecção secundária”, explica a Dra. Rita Manzano Sarti, diretora médica sênior da Gilead Brasil.
Além do impacto direto sobre os pacientes, esses resultados certamente representam redução de custo para os sistemas de saúde, na medida em que podem diminuir o uso de recursos de saúde e reduzir o tempo de permanência.
Os dados mais recentes também apontam a redução da progressão (ou evolução) da doença. “No grupo de pacientes que recebeu remdesivir, menos pacientes evoluíram para necessidade de oxigênio suplementar ou níveis mais elevados de suporte respiratório, como ventilação mecânica”, explica Dr. Eric Bassetti, diretor médico associado da Gilead no Brasil. Isso se explica porque o medicamento atua reduzindo a capacidade do vírus de se replicar no organismo e interrompe a replicação o mais cedo possível no curso da doença. “Sabemos que, para pacientes em ventilação mecânica, as chances de sobrevivência são menores. Ao reduzir a progressão da doença, o remdesivir pode impedir que os pacientes entrem neste estágio crítico da doença”, conclui.
Embora a análise pré-especificada da mortalidade na população total tenha mostrado apenas uma tendência numérica de redução, há descobertas adicionais sobre a mortalidade neste estudo que fornecem novas informações relevantes. Em uma análise post-hoc das taxas de mortalidade para pacientes que receberam baixo fluxo de oxigênio, houve 70% menos mortes entre os pacientes que receberam remdesivir em comparação com o grupo de placebo. Pacientes com baixo fluxo de oxigênio representaram aproximadamente 40% da população geral de pacientes. “Esta informação é extremamente importante para compreensão do impacto potencial do remdesivir na mortalidade e maximização do benefício para os pacientes”, aponta Dra. Rita.
São muitas as evidências concluídas nos principais estudos e remdesivir já foi aprovado ou autorizado para uso temporário para tratar Covid-19 em mais de 50 países.
Outros estudos divulgados
Alguns estudos realizados por outras organizações, afirmaram que o remdesivir tem “pouco ou nenhum efeito sobre a mortalidade ou na redução de tempo de internação para pacientes hospitalizados com Coronavírus”. Porém, é importante frisar que estes dados não foram submetidos à revisão rigorosa exigida para permitir uma discussão científica construtiva, ou seja, não foram revisados por pares, item essencial para comprovar e divulgar dados de uma pesquisa, antes da publicação.
Remdesivir no Brasil
A Gilead Brasil entrou com o pedido de aprovação de registro junto à Anvisa em agosto deste ano e segue em discussões para os ajustes necessários a fim de atender a todas as exigências e em constante contato com a entidade.