Tendo como uma de suas principais complicações a interrupção do ciclo menstrual, a menopausa precoce está presente em 1% das mulheres abaixo dos 40 anos. Além de causar doenças, como a osteoporose e cardiovasculares, ela também pode ser um pesadelo na vida daquelas que sonham em engravidar. Especialistas afirmam que, nestes casos, a chance de que ocorra uma gestação naturalmente é menor que 10%. Com as novas técnicas de reprodução assistida, a fertilização in vitro se põe como uma solução para a infertilidade dessas pacientes.
De acordo com a ginecologista e membro da Comissão de Ética da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Dra. Maria Madalena Pessoa Caldas, é essencial a participação dessas mulheres em programas de acesso ao procedimento. Ela destaca, ainda, que o método tem apresentado resultados positivos, aumentando significativamente a possibilidade da gestação. “A fertilização in vitro, especialmente com óvulos doados, tem tido um papel muito importante para resolução da infertilidade dessas pacientes. Mas, para isso, é importante que elas sejam consideradas em programas de fertilização in vitro”, ressalta.
A especialista explica que o primeiro passo é um acompanhamento médico para a realização de um tratamento de reposição hormonal. Segundo ela, pacientes mais jovens, que possam ter algum tipo de função ovariana intermitente, podem ocasionalmente ficarem grávidas só com a reposição hormonal. “A expectativa para essas mulheres é ao redor de 2%. Se essa paciente também possui alguma possibilidade de estimulação, elas preferem tentar congelar os seus óvulos lentamente, em um ciclo ou outro. Esses são casos muito específicos e podem ser tentados naquelas pacientes que ainda possuem alguma possibilidade de produção folicular”, esclarece.
A Dra. Maria Madalena Pessoa Caldas alerta, também, que a terapia de reposição hormonal deve ser rotineiramente recomendada para todas essas mulheres, a não ser que haja alguma razão específica para não realizá-la. “Pacientes com câncer, estrógenos dependentes e pacientes com trombofilia devem ser acompanhados com médico vascular, mas precisam realmente fazer uma terapia de reposição hormonal”, afirma.
A médica ressalta que todos os casos devem ser analisados pontualmente, visto que são vários os fatores que podem causar a menopausa precoce na mulher. “As doenças mais comuns são as autoimunes, especialmente as tireoidites de Hashimoto. A quimio e radioterapia podem causar uma alteração na quantidade desses folículos ovarianos e devem ser acompanhados desde o início pelo oncologista. Outro fator que deve ser analisado é a questão genética. Nesse caso o exame mais comum é o cariótipo, especialmente para a síndrome de Turner”, destaca.
Além da genética, fatores como má alimentação, sedentarismo e o tabagismo podem influenciar no surgimento da doença. Um estilo de vida saudável é a principal arma para prevenir a menopausa precoce. Atividades físicas regulares evitam a diminuição dos níveis de estrogênio no corpo, que favorecem o aumento de peso e gordura localizada no abdome, que, por sua vez, desencadeia doenças cardíacas, diabetes tipo 2, asma, entre outros. Inclua em sua rotina atividades, como caminhar, correr, subir escadas, jogar tênis e fazer musculação, por exemplo.