Por Carol Gonçalves
Há 40 anos, nascia a FZ – Fundação Zerbini, criada pelo professor Euryclides de Jesus Zerbini e colaboradores para captar, gerenciar e investir na estrutura do InCor – Instituto do Coração, de São Paulo (SP), os recursos advindos da prestação de serviços da instituição na assistência, ensino e pesquisa em cardiologia e pneumologia.
Desde então, vem seguindo fielmente esse propósito, investindo integralmente na manutenção e ampliação das atividades promovidas pelo InCor e colaborando para o seu crescimento e modernização. Caracterizada como instituição de direito privado e de utilidade pública, filantrópica, beneficente e sem fins lucrativos, não possui acionistas ou cotistas.
Entre os aspectos relevantes dos seus últimos cinco anos, é possível citar a criação do InovaInCor, em 2015, núcleo de projetos no setor de ciências da vida, principalmente relacionada às necessidades nas áreas cardiovascular e respiratória. Já em 2016, foram realizadas ações para desenvolvimento e capacitação da equipe, além da criação de mecanismos para aprimoramento da gestão e melhoria contínua. Em 2017, dívidas importantes junto ao FNS – Fundo Nacional de Saúde e ao BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Social foram liquidadas.
“O InCor não seria o mesmo sem a fundação, que é o braço privado do hospital público que só funciona em função dele”, expõe Dr. Paulo Eduardo da Silva, diretor-presidente da FZ.
Ele conta que um dos segredos para manter as instituições atuantes é investir na reciclagem dos funcionários, requalificando sempre e gerando conhecimento em várias áreas. Inclusive, o site da fundação conta com o Código e Ética e Conduta, totalmente disponível para consulta.
Outro fator que faz a diferença no serviço prestado é o uso do SI3 – Sistema Integrado de Informações Institucionais, desenvolvido pela Unidade de Tecnologia da Informação, que permite a gestão completa das atividades administrativas e assistenciais. “Hoje operamos como um hospital sem papel, tudo é eletrônico”, ressalta Dr. Paulo. Este sistema foi implantado em 32 hospitais públicos do estado de São Paulo, garantindo a modernização de seus processos.
Sobre o InovaInCor, uma das novidades foi a assinatura, em maio de 2017, de uma aliança estratégica mundial para projetos de inovação e ciências da vida com a Intel, que está desenvolvendo aplicativos para dispositivos eletrônicos que possibilitam aos profissionais acompanhar toda a evolução do paciente remotamente. O projeto começará na Unidade de Terapia Intensiva Respiratória da Divisão de Pneumologia, que foi inaugurada no final de setembro.
Essa busca por processos inovadores e sustentáveis é uma constante, pois as despesas não são nada pequenas. Conforme explica o Dr. Paulo, 77% da receita da fundação é destinada ao pagamento de mais da metade dos funcionários do InCor. “Ou seja, direcionamos três quartos da receita para folha de pagamento. O restante é voltado para aquisições e pagamento de outros serviços. Não podemos aumentar essa conta”.
A preocupação é: se o governo do estado de São Paulo não repuser o quadro de funcionários, a FZ não poderá fazer novas contratações, com risco de comprometer o orçamento. “Teremos de prestar o mesmo serviço com menos pessoas. Por isso investimos em tecnologia, que nos permite produzir mais e com segurança”, ressalta.
Apesar do período de crise, Dr. Paulo conta que, de janeiro a agosto deste ano, a receita foi 10% maior do que em igual período de 2017. E esse valor a mais já tem destino certo. O órgão de controle das fundações recomenda criar um fundo mínimo com valor equivalente às despesas de um mês com folha de pagamento, para alguma eventualidade (além do 13º salário).
Como é possível ver, são muitos os motivos a se comemorar. Para saber mais sobre a atuação da FZ, visite www.zerbini.org.br e aproveite para acessar o Relatório de Atividades 2017.
Conteúdo originalmente publicado na Revista Hospitais Brasil edição 93, de setembro/outubro de 2018. Para vê-la no original, acesse: portalhospitaisbrasil.com.br/edicao-93-revista-hospitais-brasil