“As alergias respiratórias, entre elas asma e rinite, são as mais susceptíveis às mudanças climáticas. Além destas, as alergias oculares costumam sofrer um impacto negativo no seu controle. Por isso essa Semana Mundial da Alergia é importante, para criar conscientização sobre as alergias e suas relações com o meio ambiente”, comenta Dr. Clóvis Galvão, médico alergista e imunologista pela USP.
Este ano o foco da a Semana Mundial da Alergia está na gestão de doenças alérgicas em meio às mudanças ambientais. Abaixo o especialista, que também é diretor da Clínica Croce, centro de vacinação e infusão de imunobiológicos com especialistas das áreas de Alergia, Imunologia Clínica (doenças autoimunes, autoinflamatórias e imunodeficiências) e Endocrinologia, comenta sobre o tema da campanha.
Quais estratégias de gestão de doenças alérgicas são mais eficazes diante de mudanças ambientais significativas?
Ter uma boa aderência ao tratamento já prescrito pelo médico ajuda a manter a alergia sobre controle, o que minimiza os efeitos de mudanças ambientais. Neste contexto, é primordial uma boa aderência às medidas de controle ambiental também.
Quais medidas preventivas podem ser adotadas para minimizar os efeitos das mudanças ambientais nas doenças alérgicas?
As medidas preventivas de controle ambiental são importantes, não apenas para diminuir a exposição ao alérgenos causadores, mas para minimizar também os impactos das mudanças ambientais – estas medidas devem ser individualizadas, mas algumas são de orientação geral como deixar o lugar mais arejado, evitar ambientes hermeticamente fechados e promover a umidificação e/ou hidratação das vias aéreas e conjuntiva ocular.
Quais são os desafios clínicos enfrentados no diagnóstico e tratamento de doenças alérgicas em um ambiente em constante mudança?
A baixa umidade do ar e a grande amplitude térmica estão entre os maiores desafios. Além disso, dependendo do local geográfico, as mudanças ambientais promovem menor dispersão de poluentes, o que acaba agredindo as vias aéreas, provocando sintomas e agravando as crises alérgicas.
Quais são as principais recomendações para médicos no acompanhamento e tratamento de pacientes com doenças alérgicas em meio a mudanças ambientais?
As principais recomendações no acompanhamento são assegurar a adesão do paciente ao controle ambiental e tratamento farmacológico, manter hidratação das vias aéreas e conjuntiva ocular, orientar seguimento com especialista e uso de vacinas para prevenir doenças respiratórias e/ou infecciosas graves.