Doença renal crônica une pacientes em diálise e transplantados

Manuely Guedes de Oliveira, de 33 anos, coordenadora de TI, atualmente aposentada e Juan Carlos Vieira Azevedo de Oliveira, de 36 anos, professor de Artes Marciais, atualmente aposentado, são de Recife (PE), são pacientes renais, que desenvolveram doença crônica que levaram seus rins à falência permanente, necessitando de diálise e transplante, e possuem uma linda história juntos, que mostra que o amor pode surgir em momentos difíceis e transformar a realidade de quem está em sofrimento.

Manuely é paciente renal há três anos, na clínica Uninefron, em Recife. Um mês após se divorciar e dois meses após perder o pai, começou o tratamento por uma doença renal crônica provocada pela diabetes que descobriu aos 15 anos de idade. Lá na clínica, um dos pacientes lhe recomendou conhecer outro paciente que recentemente teria feito transplante pois ela também poderia fazer um transplante duplo, de pâncreas e de rins.

E Ruan foi à clínica a convite deles e foi assim que conheceu a Manuely. Na primeira conversa, Ruan a incentivou a transplantar, falou dos benefícios e desde esse dia nunca mais se separaram. Um mês após, já estavam namorando, cinco meses depois noivaram e sete meses após o primeiro encontro, já estavam se casando, com direito à comemoração reunindo muitos amigos da clínica de diálise, médicos e equipes de saúde que acompanham os dois.

“Pra mim, encontrar um novo amor num momento tão doloroso da vida, com tantas perdas, divórcio, luto por meu pai e o agravamento da minha doença renal, foi um divisor. Me sentia bem no fundo do poço. Juan me fez enxergar que nada estava perdido. Em meio a uma decepção amorosa e o tratamento de hemodiálise. Pensei que não me relacionaria mais com ninguém. E ele me fez acreditar novamente no amor. E voltar a sonhar. Sou pós-graduada em redes de computadores, mas o Juan fez ressuscitar meus sonhos, guardados no fundo do baú. E hoje estou estudando Serviço Social na mesma faculdade que ele estuda Nutrição. A cada dia estamos crescendo e evoluindo para sermos melhores para ajudarmos ao próximo. Justamente onde mais fomos ajudados, na área da saúde. Lembrando que ele também é diabético. O pâncreas que ele transplantou deu errado. Mas o rim continua a todo vapor. Ele me ajudou a controlar meus níveis de glicose, minha alimentação, e meu estilo de vida, mais saudável. Agora pratico exercícios físicos, já que ele é mestre em Muay Thai, Kickboxing e Taekwondo, é faixa preta. Temos muito a agradecer a cada um dos profissionais que nos atenderam e atendem na clínica. Temos médicos em comum lá, que nos conhecem por dentro e por fora. E dizem que só podia ter sido Deus para nos juntarmos. Uma vez que não iríamos nos ver talvez nunca, pois eu era novata e ele já tinha saído para transplantar”, fala Manuely.

O médico nefrologista da Uninefron, que pertence a rede de clínicas da Fresenius Medical Care, Dr Mário Henriques, reforça que ter o apoio integral de um familiar na jornada do paciente renal faz toda a diferença. “O paciente renal precisa aderir ao tratamento, cuidando da dieta, dos medicamentos, fazendo os exames, indo ao médico, e quando os familiares o apoiam nesse dia-a-dia, fica mais fácil para todos. Os resultados são melhores. Quem tem amor todos os dias em casa sabe que a jornada fica mais leve. E esse amor pode vir de um companheiro, de um filho, de um irmão ou de um acompanhante. Ele só precisa estar presente. O amor sempre transforma”.

História de amor no Rio de Janeiro – Outra história de amor que surgiu dentro de uma clínica de diálise foi no Rio de Janeiro, na CDR São João de Meriti, que também integra a rede Fresenius Medical Care. Nasareno Nonato e Luciana Oliveira são pacientes renais há mais de 20 anos, e o casal está junto há aproximadamente dez anos. Eles são fonte de inspiração para aqueles que buscam um relacionamento duradouro, pautado na união, companheirismo e amizade. Desde 2011, os dois não se desgrudam, seja durante as sessões ou no cuidado com os filhos da Luciana e da casa. Ela afirma que essa parceria e a dedicação mútua pelo bem-estar são os princípios que sustentam a relação. “Eu sempre cuido dele, e ele de mim. Olhamos a alimentação um do outro, se está correta. Não me vejo sem ele. Antes, eu era independente, mas hoje faço tudo com ele. E sempre pedimos a Deus para vivermos muito tempo para continuarmos cuidando um do outro com tanto afinco. Temos muita cumplicidade, carinho e admiração. E olhamos a vida de um jeito diferente. O Nazareno começou o tratamento com diálise há 28 anos. Ficou transplantado por 14 anos e, por causa da pressão que subiu, voltou para a diálise. Damos muito valor a tudo e a cada minuto juntos”.

Redação

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