A cena é corriqueira. O paciente chega para ser atendido no setor de Emergência de um hospital e, uma vez detectado que seu caso não é grave o suficiente para socorro imediato, começa uma via crucis que, muitas vezes, demanda horas para seu desfecho. Apesar de o Conselho Federal de Medicina (CFM) ter estabelecido em 2014 que os pacientes devem passar pela classificação de risco imediatamente após darem entrada na Emergência e tenham que ser atendidos em até duas horas, muitas unidades de saúde não cumprem a determinação. Equipes reduzidas e gargalos nos protocolos de atendimento implantados nos hospitais são algumas das razões para o problema.
O novo Hospital Badim, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), priorizou, ainda na concepção do projeto, a melhoria do atendimento no setor. Ocupando um andar inteiro no novo prédio, a Emergência tem capacidade para receber cerca de 5 mil pacientes por mês e funciona com um sistema diferenciado de acolhimento do paciente, proporcionando mais agilidade ao cuidado. Hoje, quem dá entrada na unidade não aguarda mais do que 20 minutos entre triagem e atendimento médico.
Ao chegar no hospital, os pacientes graves continuam tendo prioridade de atendimento imediata. Já os menos graves passam por uma classificação de risco feita pela Enfermagem e, em seguida, são direcionados ao consultório médico. Caso sejam necessários exames, medicação ou outros procedimentos, o paciente não volta para a sala de espera; é encaminhado para uma segunda avaliação com o mesmo médico que o atendeu, otimizando, com isso, seu tempo de permanência no hospital. “O novo sistema que implementamos permite que não haja lacunas entre as diversas etapas do atendimento. Com isso, estamos conseguindo reduzir o tempo de espera em até 80%”, explica o coordenador do setor, Antonino Eduardo.
Outra medida importante foi a implantação de uma área dentro da Emergência voltada para casos de trauma. Quatro leitos recebem exclusivamente pacientes que passaram por situações de atropelamento, acidentes de carro, afogamento, perfuração por projetil de arma de fogo, entre outros, e uma equipe de médicos ortopedistas, clínicos e cirúrgicos, se reveza 24 horas para atender esses casos. “O tempo e a proficiência no atendimento a esse tipo de ocorrência são fundamentais para a manutenção da vida e para termos bons resultados”, ressalta o médico.
Um treinamento eficaz das equipes também pode fazer toda a diferença para a redução no tempo de atendimento. No caso do novo Hospital Badim, todos os médicos que atuam na Emergência são certificados em Suporte Avançado de Vida no Trauma, pelo Colégio Americano de Cirurgiões, ou em Suporte Avançado de Vida em Cardiologia, pela American Heart Association.
Além de uma equipe afinada com os novos protocolos, a unidade conta com uma estrutura de ponta e suporte de retaguarda proporcionado por um centro de imagem, equipado com um tomógrafo com 86 canais – um dos mais modernos do estado – e uma ressonância magnética, pelo centro cirúrgico composto por sete salas com equipamentos de última geração e pelos 11 leitos de UTI. “Nesse novo hospital, os principais setores relacionados à Emergência estão com uma interface muito bem ajustada. Além disso, temos também uma unidade coronariana 24 horas que oferece toda a assistência para os casos de infarto e um serviço de Hemodinâmica para tratar casos de AVC, ambos responsáveis por boa parte das ocorrências que recebemos no hospital”, finaliza o diretor Executivo do novo Hospital Badim, Marcelo Dibo.