Após transcorridos cerca de cinco meses desde que a pandemia chegou ao Brasil, o Hospital da Unimed Sorocaba (SP) já possui dados estatísticos consistentes ligados à questão. E os resultados são considerados excelentes – como, por exemplo, o índice de pacientes que tiveram alta da UTI, muito maior que as médias nacionais e internacionais.
Dentre as estatísticas apuradas, o Hospital da Unimed Sorocaba registra 86,1% de alta. Já a média nacional e internacional (de acordo com a literatura médica disponível) varia entre 30% e 60%. Mesmo nos principais hospitais de excelência esse indicador não chega a 80%. Assim, a instituição médica sorocabana começa a ser considerada como referência no tratamento de pacientes graves da Covid-19.
As causas do sucesso
As particularidades da Covid-19 são muitas. Dentre outras comprovações já conhecidas, sabe-se que o índice de letalidade é inversamente proporcional à qualidade dos serviços.
Na Unimed Sorocaba, os principais fatores determinantes para atingir o índice de 86,1% de sucesso com pacientes internados na UTI foram:
• a coesão e capacitação de todo o grupo multiprofissional – sem qualquer exceção;
• os maciços investimentos da Cooperativa na atualização do seu parque tecnológico hospitalar e na capacitação do corpo clínico e multiprofissional.
• a implementação de protocolos de condutas, incluindo a paramentação e desparametrização de todos os profissionais da assistência que têm contato com os pacientes da Covid-19.
Novo coordenador-médico
Desde o dia 6 de agosto, a coordenação médica da UTI Adulto do Hospital da Unimed Sorocaba é desempenhada pelo intensivista e infectologista Mário Sérgio Moreno, que já integrava a equipe formada por 30 médicos intensivistas e ocupou a Diretoria Técnica do Hospital durante os últimos seis anos.
Antes dele – e durante os últimos onze anos –, quem desempenhava a função era o intensivista e clínico-geral Setembrino Ferraz Júnior, que continua como diarista e plantonista na UTI Adulto. Segundo ele, o alto índice de sucesso no tratamento dos pacientes graves da Covid-19 é resultado de um processo que se iniciou anos atrás, com a construção de uma Unidade Semi-Intensiva e do Escritório da Qualidade. “A Semi-Intensiva serviu como uma verdadeira escola médica, sobretudo para os médicos mais jovens”, destaca.
Setembrino também pontua a importância de a Unimed Sorocaba proporcionar aos seus cooperados, principalmente os intensivistas, cursos como o Advanced Cardiovascular Life Support (ACLS), Fundamental Critical Care Support (FCCS) e um específico para ventilação mecânica, por exemplo. Todos são de padrão internacional e, consequentemente, seus custos são bastante expressivos.
A pandemia chegou ao Brasil quase ao mesmo tempo em que a Unimed Sorocaba inaugurava a ampliação da sua UTI Adulto, com 30 leitos. “Evidentemente, houve uma mudança na forma de trabalhar nesses últimos meses”, pontua Mário Moreno. “Agregamos três diaristas à equipe de plantonistas que atuam em conjunto com o coordenador-médico. Isso ajudou muito no acompanhamento horizontal dos pacientes”, explica. “É importante destacar que o coordenador-médico da UTI não se limita a desempenhar apenas um comando gerencial. Ele é uma figura que atua direta e integralmente nas rotinas assistenciais diárias”, ressalta.
Dados
Algumas das principais estatísticas apuradas pela Unimed Sorocaba e relacionadas à Covid-19 (atualizadas até o dia 6 de agosto) são:
• 328 pacientes internados na Enfermaria
• desses, 122 precisaram ser transferidos para a UTI
• 17 foram a óbito (13,9%)
• 27% eram mulheres e 73 eram homens
• 5% dos 1.115 médicos cooperados se infectaram (incluindo os que atendem somente em seus consultórios)
• entre os 2.133 colaboradores, a taxa de infecção foi de 7% (taxas consideradas extremamente baixas diante dos dados mundiais)
• um colaborador foi a óbito
• foram identificados 2.300 casos
• foram realizados 6.500 exames de PCR
• desses, 2.100 deram positivo (32%)
• o tempo médio de permanência na UTI é de 7 dias para pessoas entre 30 a 39 anos e de 11 para os que têm mais de 60
• os pacientes ficam em ventilação mecânica por uma média de seis dias (abaixo do tempo médio citado na literatura médica)
Qual é o tratamento medicamentoso e suas fases.
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